Prestação do crédito à habitação desceu em março

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Em março, pela primeira vez em mais de dois anos, a prestação média mensal relativa à totalidade do crédito à habitação desceu para 423 euros, menos 3 euros face a fevereiro.

A informação publicada pelo Banco de Portugal na última sexta-feira dá nota de que «a prestação média mensal do stock de crédito à habitação foi de 423 euros, uma diminuição de 3 euros relativamente a fevereiro. Este foi o primeiro mês desde o início da série estatística, em dezembro de 2021, no qual se verificou uma diminuição da prestação média mensal», pode ler-se na nota de informação estatística.

Ainda assim, e apesar dos alívios dos últimos meses e da perspetiva de descida das taxas de juro de referência para breve, desde dezembro de 2021 que a prestação média mensal dos empréstimos para habitação própria permanente subiu 145 euros, o que significa maior encargo para as famílias portuguesas. Durante este período, o Banco Central Europeu subiu as taxas de referência em 450 pontos base, com o objetivo de travar a inflação no espaço europeu, o que levou as Euribor para patamares máximos da última década e meia.

Com o agravamento das taxas de juro, mudaram as opções de crédito dos clientes. Em março, os novos empréstimos à habitação foram maioritariamente contratados a taxa mista, ou seja, com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período em que a taxa de juro é variável. Esta taxa mista foi aplicada a 74% do total de novos empréstimos à habitação, por oposição aos 7% de dezembro de 2021.

No que toca a taxa fixa, esta representava 4% em março (8% em dezembro de 2021), e a taxa variável representava 23% (86% em dezembro de 2021).

Nota também para o facto de as amortizações antecipadas de crédito à habitação representarem 0,88% do stock de empréstimos à habitação em março, menos 0,03% que no mês anterior. Segundo o BdP, este foi o terceiro mês consecutivo em que se verificou uma diminuição das amortizações antecipadas. As amortizações antecipadas totais, que incluem os contratos finalizados por amortização da dívida do devedor, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito para outra instituição) representaram 91% das amortizações antecipadas em março.