Lisboa com perto de 10 mil novos fogos licenciados em quatro anos

Lisboa com perto de 10 mil novos fogos licenciados em quatro anos
Fotografia de teojab, Pixabay.

Entre janeiro de 2021 e março de 2025, foram licenciados 9.856 novos fogos em Lisboa, de acordo com a análise da Confidencial Imobiliário aos dados do licenciamento de obras realizado pela Câmara Municipal de Lisboa.

Do total de fogos licenciados, 60%, no total de 5.895 unidades, são resultantes de obra de reabilitação. Os restantes 40%, correspondentes a 3.961 fogos, são provenientes de construção nova.

A tendência verificada nos últimos quatro anos confirma o reforço da atratividade de Lisboa para o investimento em nova habitação. Nos primeiros três meses de 2025, deram entrada nos serviços camarários pedidos de licenciamento para 894 novos fogos, uma média mensal de 298 unidades. Este valor representa um crescimento de 36% face à média mensal de 2024, que se fixava nos 219 fogos. Estes dados são do Pipeline Imobiliário, da Confidencial Imobiliário, com base nos pré-certificados energéticos emitidos pela ADENE.

Estes dados mostram uma importante dinâmica de licenciamento e injeção de fogos no mercado de Lisboa

Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, afirma que “estes dados mostram uma importante dinâmica de licenciamento e injeção de fogos no mercado de Lisboa, uma realidade que nem sempre é visível, em especial quando as análises se focam estritamente nas obras de construção nova. Em Lisboa a reabilitação tem uma quota muito acima da média nacional, sendo um padrão de desenvolvimento urbano específico alinhado com os objetivos de sustentabilidade e densificação do parque”.

Em termos da carteira dos fogos licenciados nos últimos quatro anos, as freguesias das Avenidas Novas e de Marvila são os territórios que mais contribuem para este novo stock de habitação a nascer na capital, ambas com mais de 1.000 fogos licenciados cada. Na freguesia das Avenidas Novas estão concentrados 12% dos fogos já licenciados, correspondentes a 1.145 habitações, enquanto Marvila agrega 11% do stock licenciado, no total 1.093 fogos. Em terceiro lugar, praticamente ex-aequo, perfilam-se as freguesias da Estrela, Santo António e Arroios, cada com uma quota da ordem dos 7% e cerca de 670 fogos licenciados.

Outra freguesia central com elevada dinâmica de licenciamento é o Areeiro que, nestes quatro anos, regista a aprovação de cerca de 500 novos fogos (quota de 5%), o mesmo que Santa Maria Maior, uma das freguesias do Centro Histórico. Neste núcleo histórico evidencia-se ainda São Vicente, que também agrega 5% dos fogos licenciados na cidade desde 2021, somando 450 habitações aprovadas.

Já o Lumiar e Parque das Nações, que nas últimas décadas têm sido as principais áreas de expansão urbana da capital, apresentam quotas de 4%, com pouco mais de 400 fogos licenciados cada uma no período em análise.