A pensar na realidade do envelhecimento demográfico em Portugal, a Empathia entrou no mercado com um modelo inovador: dar resposta às necessidades da população sénior através da venda de habitação com manutenção de usufruto vitalício. A proposta valeu à empresa o Prémio Responsabilidade Social 2025 no Salão Imobiliário de Portugal (SIL) e promete trazer novas soluções ao setor. A Vida Imobiliária esteve à conversa com Pedro Almeida Cruz, CEO da Empathia para saber mais sobre este projeto com impacto social. “O tema da longevidade está na ordem do dia, e com ele cada setor tem de adaptar-se a esta nova realidade. O setor imobiliário não poderá ser exceção”, defende Pedro Almeida Cruz, explicando que até agora o mercado da habitação esteve demasiado centrado em questões de habitabilidade e investimento, “mas pouco ou nada existe relacionado com os temas que são normalmente de grande preocupação para a população sénior, como sejam a sua condição física, de saúde e financeira”. A empresa nasceu, precisamente, para preencher essa lacuna: “Foi, assim, em resposta a este cenário, que nasceu a Empathia, uma empresa já premiada no recente Salão Imobiliário de Portugal (SIL) com o Prémio Responsabilidade Social 2025, e que pretende integrar os conceitos de longevidade e envelhecimento no setor imobiliário habitacional”. “O objetivo da Empathia é trazer uma melhoria de qualidade de vida à população sénior através de um aumento substancial da sua capacidade financeira, utilizando o mercado imobiliário como principal catalisador desse bem-estar” A empresa especializou-se na “venda de habitação com manutenção de usufruto vitalício, com o objetivo de transformar a vida de cada família sénior de forma indelével”. Pedro Almeida Cruz enfatiza que o foco da empresa não está na casa, mas nas pessoas: “O nosso dia-a-dia é, pois, compreender cada um dos nossos clientes seniores, entender o seu propósito e a emocionalidade da venda da sua casa, ao mesmo tempo que nos impomos oferecer credibilidade, transparência e ética, no respeito dos seus valores emocionais, culturais, sociais e económicos”. Apesar dos desafios culturais e da complexidade do modelo, a receção tem sido positiva. “Sabemos que este percurso é difícil, sobretudo a nível da mudança cultural. Há que trilhar um caminho longo, capaz de retirar receios que esta população possa apresentar sobre o nosso modelo”, admite. Ainda assim, assegura que do ponto de vista dos investidores no mercado imobiliário, “o nosso modelo de negócio tem-se apresentado como inovador, mas com muito boa aceitação”. Investidores com papel social A Empathia acredita que o seu modelo responde às exigências de um novo perfil de investimento, mais atento à responsabilidade social. “O negócio que a Empathia lançou no mercado imobiliário traz consigo um modelo virtuoso, atingindo positivamente todos os intervenientes no mercado”, refere Pedro Almeida Cruz. Por um lado, os ganhos para os vendedores seniores “são evidentes, pois permitem-lhes, ao venderem a sua casa com reserva de usufruto vitalício, transformar a sua vida, possibilitando por esta via um desafogo financeiro antes inimaginável e, muito importante, sem saírem do seu lar”. Por outro lado, os investidores desses imóveis “podem esperar impactos relevantes, que se traduzem em ganhos fiscais e financeiros, ao mesmo tempo que cumprem uma função social, traduzida em sólidos critérios ESG, quando efetuados por empresas”. Neste seguimento, o mercado “vai encontrar aqui, nos imóveis disponibilizados pela Empathia, uma alternativa segura dentro das suas carteiras de investimento, capaz de responder adequadamente a rentabilidades de longo prazo muito sugestivas, que antecipam capital e apresentam ganhos fiscais interessantes. Para os investidores individuais, esta também é uma forma de criar património imobiliário a preços muito convidativos”. “Ganhar logo nos primeiros meses um prémio de grandíssima importância é o reconhecimento que estamos a fazer as coisas bem e com impacto” A distinção no SIL trouxe visibilidade e validação ao projeto. “Este prémio é, evidentemente, muito importante, e desde já agradecemos ao júri do SIL ter acreditado que a Empathia pode mesmo ter um impacto determinante na sociedade”, destaca Pedro Almeida Cruz. Apesar deste prémio do SIL ser “muito importante do ponto de vista da visibilidade externa daquilo que a Empathia está a fazer, o nosso maior reconhecimento vem dos parceiros, investidores e, mais importante, dos nossos clientes”. O responsável pela Empathia reforça que “queremos ser reconhecidos como uma empresa que transforma vidas, e já sentimos isso no nosso dia-a-dia, em contacto com cada sénior que nos procura”. A empresa está agora focada em criar um ecossistema de parceiros que ajude a população sénior a envelhecer em casa com conforto. “Continuaremos a trabalhar, juntamente com os nossos parceiros, sejam empresas de enfermagem, de limpeza, de engomadoria, agências de viagens, seguradoras, gestoras de fundos de pensões, entre muitas outras, para que os nossos seniores possam decidir envelhecer em casa e tornar a sua vida mais confortável, financeiramente mais desafogada, e com o auxílio de todos”. O objetivo, segundo Pedro Almeida Cruz, vai além do lucro, uma vez que “temos como missão última criar uma sociedade mais justa, mais equilibrada e mais inclusiva para com esta comunidade”. Fase de angariação de imóveis já arrancou A fase de angariação de imóveis já arrancou, com foco inicial em meios urbanos, mas com os olhos postos noutras geografias. “Estamos a trabalhar sobretudo nos meios urbanos, onde o isolamento e a exclusão social se sentem com mais intensidade”, refere o CEO, embora admita que têm surgido casos fora destes contextos que obrigam a repensar a estratégia. “Já encontrámos diversas situações difíceis fora destes meios, que nos têm obrigado a pensar na expansão de outro modo. Devido a esses casos, estamos em processo de estudo de modelos que possam chegar também a estas pessoas, mas sem descurar a nossa estratégia definida”. Quanto ao perfil dos ativos, “é um facto que estaremos sempre em constante angariação de imóveis habitacionais (apartamentos e moradias, quer sejam primeira ou segunda habitação), e, também aqui, trazemos novidades para este mercado, de forma inovadora. Estamos a criar redes de angariação nunca antes vistas no setor imobiliário, para que possamos chegar a mais pessoas que necessitam de uma vida financeira mais desafogada, sem terem de abdicar do seu lar”, enfatiza. E termina com uma afirmação clara da missão da Empathia: “Consideramos sempre que o ADN da Empathia é intocável, isto é, não temos como prioridade vender casas, mas sim procurar soluções imobiliárias que promovam o bem-estar”.