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Arquitectos dispostos a abraçar a inovação e tecnologia para “dar mais respostas”

Arquitectos dispostos a abraçar a inovação e tecnologia para “dar mais respostas”
Sessão "Reabilitação Urbana: Inovação e Tecnologia ao Serviço da Arquitetura"

A sessão "Os novos arquitetos e a inovação de mãos dadas", no último dia da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, trouxe à tona a importância da reabilitação como um desígnio nacional.

Avelino Oliveira, Presidente da Ordem dos Arquitectos, reiterou que «a reabilitação é um desígnio nacional. Quem está ligado ao setor da construção sabe que a reabilitação é fundamental para o nosso mercado. As nossas cidades precisam cada vez mais da reabilitação, não podemos depender somente da construção nova».

Após o discurso de Avelino Oliveira, sucedeu-se a entrega dos galardões aos vencedores do Prémio Jovens Arquitectos: a celebrar a sua 3.ª edição, o Prémio Jovens Arquitectos consagrou dois vencedores: o projeto Pólo de Saúde de Carcavelos, da autoria dos arquitetos Simão Botelho, Joana Jordão, Mário Serrano, Margarida Fonseca, e o projeto Casa no Tâmega, da autoria dos arquitetos Nuno Melo Sousa e Hugo Mendonça Ferreira.

A inovação técnica ao serviço da arquitetura

Na mesa-redonda moderada por Paulo Durão, Curador do Prémio Jovens Arquitectos, Marlene Roque, Vogal do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Arquitectos, parabenizou os jovens arquitetos pelos prémios e ressaltou que «nós, arquitetos, procuramos resolver problemas que a encomenda pública/privada nos coloca nas mãos. Somos capazes de dar respostas multidisciplinares neste parque habitacional, que nos coloca sempre desafios e problemas por responder».

A Ordem dos Arquitectos acredita que «a tecnologia dar-nos-á ferramentas para encurtar o tempo de resposta, pois criou mecanismos que nos facilitam. A inteligência artificial, como próximo desafio, deve ser encarada positivamente de modo a agilizar o nosso trabalho. A IA vai encontrar também soluções para encurtar os tempos de produção, mas não de pensamento», enfatiza Marlene Roque. A responsável sublinha que «temos que nos unir, os novos arquitetos vão ter de abraçar a inovação e tecnologia para dar mais respostas, pois os desafios que hoje têm são maiores, implicam conhecer com profundidade muitas realidades».

Rui Arraiano, Arquiteto da RF Arraiano Arquitetura & Construção, abordou a questão da construção modular: «os portugueses ainda 'não aceitam' este tipo de construção modular. Temos a possibilidade de criar ambientes mais sustentáveis, utilizando materiais que sejam eco-friendly».

Por outro lado, Miguel Duarte, responsável dos Gabinetes de Projetos da Mapei Portugal, realçou a importância de aliar a inovação à sustentabilidade: «quando falamos em inovação, temos de aliar a sustentabilidade com aquilo que vamos reabilitar. Estão interligados. Quando falamos em inovação, e passo a seguir o que vai ser feito, temos de olhar no ponto de vista da sustentabilidade dos produtos. Soluções sustentáveis têm que ter capacidade para dar durabilidade e eficácia ao longo dos diferentes tipos de projetos, quer na reabilitação do edificado patrimonial, quer na construção nova».

“Cada vez mais existe uma parceria entre arquitetos e produtores de materiais”

«Cada vez mais existe uma parceria entre arquitetos e produtores de materiais: um trabalho de cooperação. Enquanto fornecedores de sistemas técnicos para garantir soluções, permite-nos evoluir e ajudar a evoluir a arquitetura e engenharia», acrescentou Miguel Duarte.

Já Marta Ramos, Marketing Manager da Reynaers Aluminium, enfatizou a importância da eficiência e sustentabilidade, referindo que a Reynaers «coloca no mercado soluções eficientes e a eficiência passa pela sustentabilidade». A responsável considera que «a evolução tem de passar pelo conhecimento em toda a fileira, nomeadamente nos materiais de construção. Nos próximos anos, a principal evolução será no sentido da agregação dos serviços, portanto, ao produto e às soluções técnicas. Num setor tão afetado por prazos, muitas partes intervenientes, muita informação transparente, sistematizada, rastreável ao longo do ciclo de vida está na base da ajuda que queremos dar e penso que por aí passará a inovação».

Begoña de Abajo Castrillo, Membro do Júri do Prémio Jovens Arquitectos, sublinhou a necessidade de «enfrentarmos os problemas de perspetivas distintas, há muitas possibilidades de trabalharmos no campo da arquitetura». Os arquitectos mais jovens «têm uma consciência maior no que diz respeito à sustentabilidade, pensam no ciclo de vida dos materiais, e não apenas no resultado final; quanto mais jovem mais interiorizado está nas suas mentes».

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