Com cautela, esperamos um ano positivo

O ano de 2020, no que a Portugal diz respeito, não foi muito negativo, por ter registado uma dinâmica incrível no primeiro trimestre, que só em meados do ano foi perdendo gás. Este cenário levou a que os números da atividade, no mercado de investimento comercial fossem positivos (3º melhor ano de sempre).O segmento que mais se retraiu foi o retalho e muito terá de ser feito para recuperar de uma situação muito fragilizada, em que grande parte do setor se encontra.Para 2021, o mercado deverá começar a ganhar algum dinamismo a partir do segundo trimestre e com maior enfoque a partir do segundo semestre.Pensamos que à medida que o índice de confiança seja restaurado, voltaremos a uma dinâmica muito positiva em todo o mercado imobiliário, embora a diferentes velocidades.No investimento existe muita liquidez e apetite pelo mercado português, pelo que não deverá ter grande perda de valores, comparativamente a 2019.O mesmo deverá acontecer no segmento da logística, que resistiu melhor que todos os outros, e que irá seguramente ter um ano muito positivo, quer no que respeita à atividade em si, quer aos valores e rentabilidades destes ativos. A verdade, é que grandes projetos se mantiveram e têm merecido interesse e procura pelos “players” do setor.Os escritórios, ainda irão viver algum momento de avaliação sobre os impactos estruturais que o teletrabalho teve, dependendo muito dos vários setores de atividade da economia. De qualquer forma, esta forma de trabalho, que já existia, mas com pouca expressão, veio para ficar e terá seguramente algum impacto na dimensão dos espaços de trabalho das empresas. De qualquer forma, a manutenção da atratividade de Portugal por novas empresas internacionais aqui instalarem centros de serviços, compensará essa eventual consequência, pois a disponibilidade mantém-se baixa e a pressão nas rendas, não aliviou.A habitação, será também um setor que verá a sua dinâmica de crescimento retornar mais rapidamente, devido à falta de oferta e aos juros baixos.A hotelaria, deverá ter uma recuperação mais lenta e um pouco de acordo com a recuperação do setor do turismo, que foi dos mais afetados e que também será o que levará mais tempo a recuperar.Por fim, o retalho, voltará a ser o foco de preocupação, não só pela dificuldade em que se encontram grande parte dos retalhistas, como também pelo impacto que o crescimento do comércio eletrónico terá nos próximos tempos. Este será seguramente um setor, que por razões estruturais, necessitará de tempo para ser repensado.Em suma, com cautela esperamos um ano positivo, com um crescimento desigual dos vários segmentos.

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