opinião

Está Portugal a abrir janelas aos desafios futuros?

Está Portugal a abrir janelas aos desafios futuros?
Ricardo Vieira
diretor-geral Reynaers Aluminium Portugal

Principalmente no investimento privado os requisitos térmicos, acústicos – com as cidades cada vez mais densas - e também mecânicos, começam a juntar-se de forma muito consistente aos requisitos a considerar na análise de um projeto, a caminho do mesmo nível de importância dos clássicos ‘estética e localização’.

Em particular, no que respeita à reabilitação urbana, existem sobretudo três desafios:

- isolamento e ventilação

Estes conceitos parecem contraditórios e combiná-los pode parecer um desafio, mas temos soluções de caixilharia que permitem a ventilação dos espaços, sendo térmica e acusticamente mais eficientes.

- reabilitação e desempenhos

Nesta matéria, os operadores privados têm tido um papel importantíssimo ao assumirem-se como o motor da economia por contraponto ao investimento público que ainda peca por falta de rigor. A legislação em Portugal é ainda mais ligeira que no resto da Europa mas o cenário tende a mudar a médio prazo. Portugal foi um dos últimos países da Europa a investir na reabilitação mas, neste momento, o investimento já é superior à construção nova e deverá manter-se. Felizmente, sinto no dia-a-dia o respeito que promotores e arquitetos nutrem pelo património edificado, sem descurar a preocupação ao nível térmico, acústico e mecânico.

- reabilitação e economia circular

A seleção de soluções técnicas para a construção deveria, sempre, considerar o impacto ambiental em todo o ciclo de vida do produto. É aqui que legislação, normas e incentivos têm ainda muito trabalho a fazer, na minha opinião. Em matéria de sustentabilidade e economia circular sinto que os conceitos são ainda ‘muito teóricos’ no nosso país.

Por outro lado, ao mesmo tempo que a pandemia criou um clima de insegurança, veio acelerar a consciencialização das pessoas quanto aos aspetos relacionados com a experiência de utilização de varandas e terraços, o conforto, a qualidade do ar interior e, de forma mais ampla, acentuar a sensibilidade quanto a opções de consumo e estilos de vida mais sustentáveis. Tudo questões que impactam diretamente na seleção cuidada da caixilharia.

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