Produção do Setor da Construção cresce 3% em 2024

O Banco de Portugal, nas projeções para a evolução da atividade económica portuguesa, aponta para um ligeiro crescimento de 1,2% do PIB em 2024, o que traduz um abrandamento face aos 2,3% registados em 2023, em resultado do elevado nível de incerteza, face à evolução da conjuntura económica nacional e internacional, de um arrefecimento da procura externa, dos efeitos cumulativos da inflação e, em particular, da maior restritividade da política monetária, que veio agravar as condições de financiamento dos agentes económicos.As previsões para o Setor da Construção, apesar da redução do dinamismo da atividade económica nacional, continuam a apontar para um crescimento sustentável da atividade, estimando-se um aumento de 3%, em termos reais, do Valor Bruto de Produção, que deverá ultrapassar os 21,2 mil milhões de euros em 2024.Efetivamente, apesar dos constrangimentos que afetaram a atividade das empresas de construção em 2023, designadamente os resultantes do aumento das taxas de juros, da falta de mão de obra e da evolução dos preços das matérias primas, da energia e dos materiais de construção, a maioria dos indicadores setoriais registaram uma evolução positiva. Destacam-se, neste âmbito, o aumento de 65% do montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos, de 1,8% do consumo de cimento, para o melhor registo desde 2011, e a criação de cerca 28 mil postos de trabalho adicionais.Para o segmento da habitação, as previsões para 2024 apontam para um acréscimo de 2,0% da produção, o que traduz um menor dinamismo face às variações dos últimos anos. Com efeito, este segmento de atividade, terá sido o mais afetado pelo aumento dos custos de financiamento, apurando-se uma redução de 20,9% do número de alojamentos transacionados, nos primeiros três trimestres de 2023. Já ao nível do licenciamento municipal de edifícios residenciais verificaram-se, em 2023, variações de -9% no número de edifícios licenciados e de +4,9% no número de fogos em construções novas, revelando uma maior tendência dos investidores na construção de edifícios multifamiliares.Relativamente ao segmento dos edifícios não residenciais, em face da previsão de um menor dinamismo da atividade económica nacional e da evolução do licenciamento de edifícios não habitacionais, que regista variações, em 2023, de –5,6% no número de edifícios licenciados e de +5,7% na área licenciada, em termos homólogos, as projeções apontam para um ligeiro crescimento de 1% da produção.No que concerne ao segmento da engenharia civil, os principais indicadores apresentaram ao longo de 2023 um expressivo crescimento, beneficiando do arranque de investimentos apoiados pelos fundos europeus disponíveis, designadamente no PRR e no Portugal 2030. Concretamente, no ano 2023, apuraram-se aumentos de 65%, em termos homólogos, do montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidas e de 48% no montante dos contratos de empreitadas, celebrados e registados no Portal Base, que totalizaram, respetivamente, 6.048 e 3.699 milhões de euros. Deste modo, as expectativas são que se mantenha, novamente, como o segmento mais dinâmico em 2024, estimando-se um crescimento entre 4,5% do seu valor bruto da produção.Assim, prevê-se que, em 2024, o Setor da Construção e do Imobiliário exerça o seu papel enquanto motor da economia, contribuindo significativamente para o crescimento e desenvolvimento sustentável do nosso país.

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