Real Estate 2.0: a "co-revolution" em Portugal

Porém, os preços imobiliários e de construção dispararam e a falta de oferta resultou em promoção especulativa e problemas de acessibilidade. Consequentemente, Portugal tem de encontrar uma fórmula alternativa para o crescimento. Um apetite cada vez maior para investir em classes de ativos alternativas apresenta uma oportunidade importante para o setor imobiliário português evoluir e reequilibrar o seu contributo. Co-living, co-working, student housing e senior living são exemplos dos tipos de ativos alternativos que estão a destacar-se no mercado, mas que continuam essencialmente sub-representados no panorama imobiliário português. Com os mercados pan-europeus em fim de ciclo, a maioria dos investidores internacionais procura estratégias de rendimento capazes de gerar receitas estáveis, e os ativos alternativos encaixam na perfeição na atual conjuntura de mercado. Consequentemente, a procura de alternativas permanecerá forte, com a alocação de capital a ganhar ritmo. Portugal tem de fazer um esforço para eliminar os obstáculos que impedem que a indústria imobiliária aproveite esta evolução, mas existem grandes desafios internos. A falta de um quadro legal e regime fiscal claros constitui um obstáculo para a subscrição de grandes investimentos em ativos alternativos, com exceção de student housing. As políticas urbanas também devem ser ajustadas para refletir as alterações nos hábitos de vida. Portugal tem de aproveitar este momento e fazer um esforço concertado para eliminar barreiras e alimentar essas alternativas. A tecnologia veio alterar o aspeto e funcionamento do mundo, e as classes de ativos alternativas vão mudar a abordagem da sociedade ao mundo da habitação e do trabalho no futuro.

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