Um balanço muito positivo

Opinião Jorge Bota - Managing Partner da B. Prime O segmento de investimento, em imobiliário comercial, continuou com uma procura pujante e o balanço é muito positivo. Este resultado foi fundamentalmente alavancado pelo setor dos escritórios e logística, uma vez que o retalho não teve uma prestação tão positiva. Na promoção imobiliária, uma vez mais, a procura continuou intensa e diversificou-se quer geograficamente, quer no tipo de projeto. Apesar dos preços elevados, a atividade manteve algum crescimento que vai traduzir-se em produto novo que chegará ao mercado, no decorrer dos próximos 3 anos. O segmento de escritórios, apesar da falta de oferta, teve de reinventar-se e ajustar-se às circunstâncias. Atualmente a atividade assenta no modelo de pré-arrendamento que se aplica não só aos poucos edifícios em construção, mas também naqueles onde os contratos de arrendamento estão a terminar. Os senhorios estão a aproveitar esta oportunidade para melhorarem a rentabilidade dos seus ativos ajustando as rendas aos níveis de mercado, níveis esses que têm mantido um ritmo de crescimento muito significativo e cuja tendência é para manter, pelo menos nos próximos 24 meses. A procura mantém-se vigorosa e agora será necessário que a oferta se ajuste ao mercado, o que só deverá acontecer em 2022. A logística foi outro setor muito dinâmico nas suas várias facetas, quer no arrendamento, que cresceu bastante devido a uma procura acentuada; quer na promoção onde começaram a ser comercializados e desenvolvidos grandes projetos. Esta dinâmica resultou num aumento das rendas, que tem fomentado uma maior procura de ativos de investimento e consequentemente um maior volume de negócios concluídos. O retalho teve menos destaque, devido ao momento de redefinição pelo qual está a passar. Embora o retalho de rua, principalmente nas zonas com maior movimento pedonal, continue ativo e com muita procura; as zonas secundárias, as grandes superfícies, os retail park e os centros comerciais têm ressentido essa incerteza, afetando não só a atividade como os preços, quer para retalhistas como para investidores. Por fim, o setor da habitação manteve um percurso positivo e embora nos segmentos mais altos tenha havido uma estabilização dos preços e da procura, a oferta para a classe média teve um maior dinamismo. Em conclusão, mais um ano francamente positivo para todo o setor, consolidando as várias áreas e abrindo novas, que irão claramente manter o otimismo nos próximos anos.

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