ARRENDAR UMA CASA ACESSÍVEL NO CENTRO DAS GRANDES CIDADES EUROPEIAS, MISSÃO (QUASE) IMPOSSÍVEL

ARRENDAR UMA CASA ACESSÍVEL NO CENTRO DAS GRANDES CIDADES EUROPEIAS, MISSÃO (QUASE) IMPOSSÍVEL

E se os preços de venda subiram, os valores dos arrendamentos também. Tendência que temos vindo a assistir não só em Portugal, como também nas principais cidades da Europa. Viver no centro de uma das grandes cidades europeias e pagar uma renda de menos de 600 euros mensais, é uma tarefa praticamente impossível. A prova disso é o estudo realizado pelo idealista que analisou a oferta disponível nas principais cidades com mais população, utilizando os portais imobiliários mais populares de cada uma delas.

Este estudo indica que a cidade onde mais casas existem para arrendar por menos de 600 euros é a capital búlgara de Sófia com 874 imóveis disponíveis, seguida pelas cidades polacas de Varsóvia (644) e Łódź (628), Turim em Itália (463), Cracóvia na Polónia (343), Marselha em França (150) e Berlim na Alemanha (140).

Se olharmos para a nossa vizinha Espanha, Madrid ocupa a posição 11ª do ranking com apenas 52 imóveis com uma renda inferior a 600 euros, apesar de ser a terceira cidade com mais oferta de arrendamento no centro, sendo a primeira Londres. Lisboa encontra-se na posição 16ª com 60 imóveis para arrendar no centro da cidade e Barcelona na posição 19ª do ranking com apenas 11 imóveis por menos de 600 euros. Pior sorte para quem procura casa em Amesterdão, Hamburgo, Viena, Paris e Londres. Em nenhuma destas cidades existe uma única casa para arrendar por este valor.

O estudo conclui que viver numa casa arrendada no centro de uma grande cidade da Europa não é acessível para todos os bolsos, o que obriga muitos europeus a viver em zonas mais periféricas sendo que muitas destas urbes estão bem comunicadas de transportes.

Em Portugal vemos que o problema que o imobiliário vive, nos dias de hoje, é um desajustamento entre a oferta e a procura, com falta de produto nas zonas onde as pessoas querem viver e o excesso de stock onde ninguém quer estar. A reabilitação tem sido nos últimos anos a solução para este problema, sobretudo nos grandes centros, mas começa a ser insuficiente, havendo necessidade de obra nova que seja ajustada às necessidades dos portugueses.

Qualquer medida destinada a aumentar o parque habitacional de arrendamento será beneficiosa para a contenção dos preços. É necessário que as instituições públicas continuem a produzir politicas de dinamização de arrendamento, adotando novas medidas que ajudem a aumentar o número de casas disponível no mercado.