FM quer “entrar de forma transversal nas empresas”

FM quer “entrar de forma transversal nas empresas”

 

Para este responsável, «o balanço desta edição é muito positivo porque a adesão tem vindo a crescer de edição para edição. As empresas já estão mais sensibilizadas para o tema, percebem que acrescenta valor, e já percebem que têm de ter um profissional treinado de FM na sua organização que possa olhar para as questões do dia-a-dia de uma forma mais proativa e planeada, tendo a responsabilidade definida. O departamento de FM tem de ser uma realidade nas organizações de FM ou ter alguém treinado que possa endereçar os assuntos, e isto tem um grande impacto nos resultados das empresas».

«Essa barreira foi ultrapassada», acredita, «quem assiste às jornadas já vem com uma preparação mínima, vem tentar aprender mais alguma coisa, fazer contactos e networking». E acredita que «o nosso próximo desafio prende-se muito com o entrar nas empresas. temos de levar o FM de uma forma transversal à organização. Temos de vender os benefícios destas metodologias e destas práticas como fulcrais para todas as áreas de negócio e todos os departamentos das empresas. temos de chegar aos diretores de RH, de IT, de contas, etc», explica Pedro Ló. «Temos de ganhar o nosso espaço e não estar só na operação, queremos estar mais ao nível da gestão e ao nível estratégico».

 

Pessoas estão no centro da mudança e do FM

Alguns dos temas centrais das Jornadas de FM de 2018 passaram pela importância das pessoas nos processos de mudança dentro das organizações, a sua relação com os processos de digitalização, e os novos espaços de trabalho. A grande conclusão é que as pessoas têm de ser o ponto de partida e estar sempre presentes em qualquer processo de gestão ou mudança, sendo elas a parte mais importante da equação da transformação digital, e a tecnologia apenas um facilitador. «Podemos dizer que o FM é finalmente “user centered”», notou Pedro Ló.

Na mudança de um espaço de escritórios, a obrigatória redução de custos parece já não ter o peso que tinha há alguns anos, mas não há que seguir uma moda, e sim identificar claramente «qual o propósito. Nem todas as empresas podem ser uma Google, devem fazer os seus protótipos e testá-los, é muito importante percebermos qual é a visão da empresa e quem querem ser», notou Francisco Vazquez, presidente do 3G Smart Group. E acredita que os colaboradores têm de estar envolvidos desde o primeiro instante: «a co-criação é importante para que também as pessoas consigam dizer-nos o que precisam e o que querem, a experiência é essencial». Certo é que «a mudança não vai parar, faz parte do dia-a-dia das organizações e é exponencial».

Por outro lado, ficou assente na conferência que os escritórios serão apenas um dos locais onde o trabalho vai acontecer, numa altura em que cada vez mais a flexibilidade e possibilidade de trabalhar fora do escritório é uma realidade, e mostra provas de maior produtividade. Além disso, «os espaços flexíveis não são uma moda, são uma tendência global», afirmou na ocasião André Calixto, partner da NextBitt. Miguel Agostinho, da APFM, completa ainda que «as soluções de FM hoje em dia passam por toda a organização, não só pelo setor financeiro, por exemplo, como há uns anos».

«Precisamos de tornar os espaços mais humanos porque passamos 90% das nossas vidas em edifícios ou ambientes fechados. Temos de trabalhar na limpeza, qualidade do ar, condições acústicas, luz, conforto térmico», notou Pablo Álvarez, da Acciona.

 

Organização em parceria com a EuroFM

Sob o mote “A New Life Inside”, as Jornadas de FM de 2018 decorreram em parceria com a EuroFM, coincidindo dois eventos num só no Fórum Tecnológico de Lisboa.

Pedro Ló explica que «este ano juntámos uma reunião que existe trimestralmente no seio da EuroFM e este ano coincidiu com as nossas datas, já que a data era muito próxima. Assim, conseguimos vários parceiros internacionais que enriquecem as nossas palestras, vêm de países com mais história e experiência em FM, e abrem-nos os olhos em vários temas com o seu conhecimento».