Housers a caminho dos €3,5M no seu primeiro ano em Portugal

Housers a caminho dos €3,5M no seu primeiro ano em Portugal

 

Este mês, fechou um segundo projeto, em 12 dias, que angariou 188.000 euros, para um imóvel no Bairro de Santos ao Rego, em Lisboa. Reuniu um total de 526 investidores, 146 dos quais portugueses, que aplicaram um total de 60.804 euros. Os portugueses tiveram, aliás, um ticket médio de investimento de 416 euros, superior à média de investimento médio total de 357 euros.

O projeto em causa consiste na cedência de um empréstimo a um promotor para a compra, reforma, decoração, arrendamento e venda de um apartamento T1 localizado a poucos minutos da Cidade Universitária. A operação foi estabelecida a dez anos, sendo o objetivo vender o imóvel no quinto ano. Os investidores que entraram neste projeto receberão todos os meses a sua parte proporcional resultante do arrendamento e revalorização do imóvel.

Para o CEO da Housers em Portugal, João Távora, «o segundo projeto em Portugal teve um balanço muito positivo, sendo que foi recebido com grande entusiasmo pelos portugueses, cada vez mais despertos para o potencial do setor imobiliário e para as oportunidades deste modelo de crowdfunding. Tanto o número de investidores nacionais como o investimento médio bastante elevado. Além disso, em comparação com o primeiro projeto em Portugal, que fechou em 20 dias, este segundo projeto ficou concluído num espaço de tempo muito curto».

O primeiro projeto de financiamento da Housers em Portugal diz respeito a um apartamento em Campo de Ourique, para arrendamento permanente. Nesse projeto, foram cerca de 4% a 5% os portugueses que investiram, valor que satisfaz a Housers, «tendo em conta que foi o nosso primeiro projeto e ainda não tínhamos feito divulgação».

 

Uma nova forma de investir em imobiliário

A Housers tem já mais de 72.000 utilizadores inscritos e está presente em 3 países europeus, nomeadamente Portugal, Itália e Espanha, de onde é originária. No nosso país, quer somar projetos no valor de 3,5 milhões de euros este ano, cerca de 1 projeto por mês com um ticket médio de 250.000 euros.

João Távora, CEO da Housers em Portugal, explicou em entrevista à VI que o objetivo da empresa «é que todos possam entrar neste setor com um ticket mais reduzido», cujo mínimo atual é de 50 euros. E um mercado em expansão como o português é ideal para a empresa, que assim se junta a Espanha e a Itália: «É um mercado de proximidade, em franca expansão, e os preços continuam a subir».

As rentabilidades que a Housers proporciona rondam os 3% a 8%, conforme o tipo de projeto. Deve ser vista como «uma alternativa de poupança», segundo João Távora, superior aos depósitos bancários, e «não tão flutuante como o mercado de ações» ou o crowdfunding de startups, exemplifica, «pois temos um colateral (o imóvel) que pode sempre ser executado».

Os tipos de projeto variam entre a Poupança com rentabilidades entre os 3% a 4%, Investimento, onde o imóvel deverá ser vendido a um terceiro num período de 1 ano e com rentabilidades entre os 6% e os 8%, e o Bridge Loan, um empréstimo a um promotor que «não consegue logo financiamento da banca».

«Não damos garantias, mas colocamos as partes interessadas em contacto. A rentabilidade é a esperada, tendo em conta o bairro, o investimento, os valores de mercado, etc. Podemos acabar por dar uma rentabilidade maior ou menor», explica João Távora.

 

Empresa aguarda regulação oficial da CMVM

Falta ainda a regulação oficial da CMVM. Segundo a lei, de 2015, «o crowdfunding que seja feito por landing ou equity tem de ser regulado pela CMVM. Mas ainda não estamos regulados porque a lei não foi concluída, por falta do regime sancionatório. Esperamos que já entre em vigor este ano». Até lá, a Housers está «em contacto com a CMVM. Sentem-se relativamente cómodos por sermos regulados pela CMVM espanhola, a lei é muito semelhante», conclui João Távora.