Maior parte dos alojamentos locais registados estavam devolutos

Maior parte dos alojamentos locais registados estavam devolutos

 

A situação é semelhante à verificada na Área Metropolitana de Lisboa, alvo do anterior estudo, onde 59% dos alojamentos locais estavam devolutos antes de serem colocados neste mercado. Na região Norte, muito influenciada pelo peso do Porto, 56% dos alojamentos estavam vazios, percentagem que é de 55% no caso do Alentejo e de 47% na região Centro.

Este estudo foi levado a cabo pela AHRESP, em parceria com o ISCTE e a Sítios, no âmbito do Programa QUALITY que a associação promove, com o cofinanciamento do COMPETE 2020, e pretendeu caracterizar o alojamento local nestas 3 regiões através de um levantamento exaustivo de informação. Abrangeu 1.183 empresários registados no RNAL, número que «foi mais representativo» do mercado que no caso da AML, pois «têm menos unidades do que em Lisboa», à data de outubro de 2017.

Para Hélia Gonçalves Pereira, do ISCTEIUL, que apresentou o estudo, estes números mostram que o alojamento local «tem um impacto importantíssimo na regeneração dos imóveis», bem como «na criação de emprego direto e indireto e na revitalização dos espaços urbanos».

A região Norte tem 52% das unidades de AL das 3 regiões analisadas, sendo que o Porto tem quase 70% dos alojamentos desta zona do país. Enquanto área urbana, e à semelhança de Lisboa, predomina a oferta de apartamentos. A oferta de vivendas cresce nas outras regiões do país, num total de 33% da oferta, predominando no Alentejo, onde representam 64% do total.

O AL é a atividade principal de 61% dos empresários do Norte, de 51% dos empresários do Centro e de 22% no Alentejo. A maioria faz «investimentos de pequena monta, excluindo as aquisições dos imóveis». Há maior predominância de obras profundas no Norte, que representam 43% do total, seguido pelo Centro, com 26%, e pelo Alentejo, com 20%.

 

Preço não é o fator mais importante

Ao contrário do que poderia pensar, o preço não é o fator principal na hora de escolher um alojamento local.

Os hóspedes são mais sensíveis a fatores como «a localização ou a qualidade dos equipamentos. O AL é escolhido pela diferenciação e não pelo preço», nota Hélia Gonçalves Pereira, que reforça a importância que é dada à experiência. Por exemplo, há várias unidades destas regiões a praticar preços acima dos 180 euros fora de época alta, exigindo um mínimo de noites na maioria dos casos.

Entre os desafios principais estão a sazonalidade ou a instabilidade fiscal e legislativa. De resto, «a procura deverá continuar a crescer nos próximos anos, os turistas vão continuar a procurar serviços personalizados».

 

Ana Jacinto, secretária geral da AHRESP, comenta que «esta iniciativa traduz um compromisso muito claro de contribuir para um crescimento sustentável da atividade do AL e, consequentemente, do turismo em todo o território nacional».

Depois de Norte, Centro e Alentejo, a AHRESP pretende aplicar o mesmo estudo ao Algarve e às Regiões Autónomas.