Reabilitação urbana consolida-se como «verdadeiro desígnio nacional»

Reabilitação urbana consolida-se como «verdadeiro desígnio nacional»

 

As palavras foram proferidas por Manuel Reis Campos, presidente da CPCI, na abertura do evento, durante a qual referiu que «estamos no bom caminho, Portugal encarou a reabilitação como um dos motores da produtividade territorial e dinamizadora económica e social», e considera que «Lisboa é hoje uma metrópole cosmopolita que figura nos principais roteiros mundiais». Esta dinâmica «permite-nos afirmar que é o momento certo para recuperar as cidades, num momento regenerador. Está em causa mais do que a recuperação física do património construído, mas também uma reabilitação inteligente e sustentável para a competitividade territorial».

Para este responsável, é claro que «as empresas assumiram este desafio». E devem ser apoiadas, apontando como principais desafios questões como o trabalho clandestino ou o acesso ao financiamento.

 

Matos Fernandes: “Reabilitação é central nas políticas urbanas”

A abertura da Semana da Reabilitação de Lisboa contou com a presença de João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente. Para o Governante, «hoje a reabilitação urbana é um objetivo central das politicas urbanas», e a sua contribuição para a proteção e qualificação do meio ambiente «é essencial e consensual».

Realçando a importância do apoio e qualificação das empresas, destacou programas como o IFRRU, que já regista «números impressionantes», o Casa Eficiente, que verá um novo protocolo assinado ainda esta semana, ou a constituição do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado, que ficará pronto «em menos de um mês». Já o Reabilitar para Arrendar «está em velocidade cruzeiro».

E notou que «a política de reabilitação do Governo não acaba aqui. Queremos criar condições para que a reabilitação passe de exceção à regra. A reabilitação é um desafio partilhado pelo Governo». Além disso, «será evidente o papel da reabilitação nas novas políticas de habitação, e o inverso terá também de ser verdadeiro», concluiu.

 

Lisboa lança nova operação de Entrecampos

Durante a abertura do evento, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, anunciou que será apresentado «ainda no 1º semestre» a nova operação da zona de Entrecampos, incluindo a antiga Feira Popular, incluindo «lotes de edifícios e terrenos municipais ao longo da Avenida das Forças Armadas, ou lotes de escritórios e equipamentos ao longo da Avenida Álvaro Pais». «Queremos apresentar a todos uma visão integrada para o desenvolvimento de uma zona que tem uma oportunidade única para fazermos cidade. É das operações imobiliárias mais importantes do país este ano, certamente das maiores em toda a Europa, e será um momento marcante na vida da cidade».

Fernando Medina acredita que «é à fileira da construção e do imobiliário que devemos muitos dos resultados que o país está a ter. Não existira uma dinâmica tão grande do turismo sem a reabilitação. O setor respira outra confiança depois de quase 20 anos de quebra contínua».

Deixando a sua «palavra de encorajamento e confiança para prosseguirmos a requalificação de Lisboa e a projeção do setor», Fernando Medina salientou as linhas de orientação fundamentais que a autarquia pretende seguir nos próximos anos, nomeadamente continuar a requalificação do espaço público, em especial na zona ribeirinha até Santa Apolónia. A prioridade à mobilidade pelo transporte público será também ela uma prioridade, bem como o programa Renda Acessível. Acredita que há que «lidar com a outra face» do crescimento do turismo e da reabilitação das cidades, respondendo a uma nova dinâmica da habitação que se verifica.

A Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa realiza-se até 15 de abril no Pátio da Galé.