Governo prepara extensão das moratórias para os setores mais afetados

Governo prepara extensão das moratórias para os setores mais afetados

O Governo está a concluir, em conjunto com a União Europeia e o Banco de Portugal, uma solução para estender as moratórias bancárias das empresas dos setores mais afetados pela pandemia, como o turismo, a restauração, o comércio e a indústria transformadora.

A informação foi revelada por Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, esta quarta-feira durante uma audição no Parlamento. O governante afirmou que está a ser preparado «algum apoio ao fim das moratórias bancárias» para estes setores, que deverá passar pela «capacidade de o Estado poder garantir uma parte do crédito sob moratória, para permitir estender os prazos de reembolso destes créditos e permitir assegurar alguma carência para que as empresas não concentrem o seu cash flow no reembolso de dívidas», cita o Negócios.

Pedro Siza Vieira destacou que «para a maior parte das empresas portuguesas, cerca de 80%, as moratórias foram apenas uma forma de reforçar a sua poupança (…) Para muitas delas, isto foi um fôlego adicional e retomar o serviço da dívida não vai constituir grande problema». Até setembro, as empresas deverão conseguir poupar cerca de 11.000 milhões de euros em serviços de dívida devido às moratórias.

O ministro da Economia considera que «o problema está nos setores mais afetados», que deverão então ser abrangidos por esta extensão dos apoios que está a ser preparada. «Penso que o ideal para estas empresas é poderem estender o prazo das suas dívidas. Terem pelo menos 18 meses ou dois anos de carência a partir do final das moratórias. E entendo que o Estado deve estar disponível para garantir uma parte deste crédito prorrogado, para dar um incentivo ao sistema bancário para poder melhor gerir esta situação».

No entanto, o ministro não arriscou a apontar um horizonte temporal para o anúncio desta medida, avançando apenas que «poderá anunciar a solução a breve trecho. Estou confiante de que vamos dar uma boa resposta a isto», conclui.