Hotelaria pede prorrogação das moratórias e prazos de reembolso

Hotelaria pede prorrogação das moratórias e prazos de reembolso

Esta semana, a Associação da Hotelaria de Portugal emitiu um comunicado pedindo uma «solução urgente» para a situação dos reembolsos de capital e juros das linhas de financiamento Covid-19 e demais moratórias bancárias, «sob pena de descalabro do setor e, por arrasto, de grave impacto financeiro». Reivindica ainda uma linha de apoio específica para a hotelaria.

«Dada a situação pandémica atual, é fundamental que sejam prorrogados os prazos de carência e de maturidade dos apoios concedidos pelas linhas de apoio à economia Covid-19 e extensão das moratórias bancárias e para o esgotamento do alargamento da nova linha de apoio às empresas exportadoras. Que, afinal, não chegou às empresas hoteleiras», alerta a AHP, que recorda que as linhas de apoio criadas no ano passado «previam que no último trimestre de 2020 a atividade já estivesse normalizada, o que obviamente não só não se verificou nem se perspetiva que tal aconteça para as empresas hoteleiras durante o 1º semestre de 2021».

Raul Martins recorda que «os financiamentos foram concedidos com objetivo de começarem a ser amortizados quando a atividade estivesse normalizada. Ora, a atividade está muito longe de estar normalizada e as empresas estão numa situação cada vez mais frágil. Temos grande parte da hotelaria fechada, assistimos ao agravamento da pandemia e a um novo confinamento, pelo que os prazos têm de ser prorrogados com a máxima urgência e comunicada essa decisão aos bancos para que os benefícios previstos sejam mantidos». E acrescenta que «o Ministro da Economia já anunciou que a prorrogação dos prazos iria existir, mantendo-se as garantias do Estado e já sinalizámos a nossa máxima preocupação junto do Banco Português de Fomento, mas a verdade é que temos associados que têm empréstimos concedidos cuja prestação se vence agora em março de 2021 e cujos bancos não têm ainda resposta para lhes dar».

Quanto à criação de apoios específicos para a hotelaria, Raul Martins lamenta que estas linhas não estejam ainda criadas, e critica severamente as condições e critérios de acesso à Linha de Apoio às empresas exportadoras da Indústria do Turismo: «esta linha foi reforçada e expressamente referido que as small mid cap e as mid cap do turismo teriam acesso como empresas exportadoras fortemente impactadas pela pandemia. E a verdade é que foi aberta a 18 de janeiro e logo nas primeiras 24 horas após o seu lançamento os principais bancos do sistema já tinham esgotado a sua quota e as empresas hoteleiras já não conseguiram financiamento. Tudo se esgotou no setor industrial!».

Considera «inexplicável e muito grave que o principal setor exportador do país e aquele onde o impacto das restrições internacionais mais se faz sentir seja precisamente aquele onde estes empréstimos não chegam». E Raul Martins conclui que «é imprescindível que seja criada para as empresas hoteleiras uma linha específica e exclusiva, com períodos de carência e maturidade muito alargados, parte substancial a fundo perdido e condições de acesso que atendam às características do setor hoteleiro. Sem isso as empresas hoteleiras de média dimensão não vão sobreviver a este longo inverno do turismo e na reabertura não vão estar cá para puxar pela economia do país».