Westport: “O mercado não para”

Westport: “O mercado não para”

É o que partilha Diogo Pinto Gonçalves, CEO da empresa em Portugal, segundo o qual, apesar do confinamento, «o mercado não para». Em carteira, a promotora tem projetos em várias fases, que seguem «como se não houvesse Covid, apesar de algumas restrições». Acredita que «teríamos mais dificuldades se não avançássemos estes processos».

Um dos projetos foi mesmo concluído nas últimas semanas, outro está em fase de concurso, «e os restantes em fase de projeto. Vamos seguir com todos, pois os seus timings encaixam perfeitamente com o que é expectável que seja a resolução desta pandemia, mesmo com uma segunda vaga».

Mas o responsável admite contratempos, nomeadamente nas escrituras, que podem ser feitas mais tarde, nomeadamente no caso dos clientes estrangeiros, que ainda têm dificuldades em deslocar-se para Portugal. Além disso, «as vendas não serão feitas com a mesma rapidez que outros projetos, haverá algum cuidado por parte das pessoas neste confinamento, mas a pouco e pouco chegaremos aos níveis que tínhamos no final do ano», acredita.

Por outro lado, um dos projetos em carteira seria lançado já em maio, mas a empresa optou por «aumentar os prazos para os empreiteiros apresentarem propostas em mais um mês, e a partir do momento em que essa fase for concluída, daremos início à construção».

Relativamente aos mercados, a empresa continuará apostada nos clientes internacionais depois da pandemia, que já representam 70% das vendas da empresa atualmente. «Pode demorar até atingirmos os níveis desejados, porque os movimentos vão demorar a retomar, muito vai depender das atitudes que o Governo vai ter». Exemplifica que «não sabemos o que vai acontecer com o regime dos Golden Visa. Mantendo este instrumento e regressando o turismo dentro de cerca de um ano, manteremos os nossos projetos. Não sabemos muito bem o que vai acontecer, mas não parámos a estratégia que temos de momento para os projetos que temos em curso», garante.

 

Quebra de preços será pontual

Diogo Pinto Gonçalves acredita que a baixa de preços não será geral nos próximos tempos, apesar da crise: «provisoriamente, poderá haver um ou outro caso de quem esteja mais aflito e queira acelerar o processo de venda», nomeadamente no setor do turismo.

Mas está convicto de que «as empresas estão muito mais bem preparadas hoje do que em 2008. Estão expectantes, estão a ver o que vai acontecer, e por isso não prevejo o surgimento de grandes oportunidades desse tipo».

 

Celeridade, precisa-se

Na retoma do setor, apela a que as autarquias resolvam as questões burocráticas que atrasam o andamento de muitos projetos: «há prazos atuais que são incompatíveis e têm um impacto muito grande no preço da habitação. A burocracia é o grande calcanhar de Aquiles da promoção imobiliária, às vezes perdemos anos a licenciar um projeto que tem como objetivo dar vida às cidades».

Apesar de as autarquias do Porto e de Lisboa já terem anunciado medidas facilitadoras específicas para os licenciamentos, «na prática, ainda não temos essa experiência», afirma o CEO da Westport.