Absorção de escritórios em Lisboa 78% abaixo de 2022

Absorção de escritórios em Lisboa 78% abaixo de 2022

Entre abril e junho, foram transacionados no mercado ocupacional 16.900 m² de espaços de escritórios na Grande Lisboa distribuídos por 29 operações. De acordo com os dados da consultora Worx Real Estate Consultants, o negócio médio reduziu para 580 m², que compara com 1.730 m² no mesmo período de 2022. Este volume acresce ao registado no 1º trimestre, perfazendo assim uma absorção total de 36.800 m² no 1º semestre, 78% abaixo de 2022.

Segundo a consultora, esta quebra reflete principalmente a falta de pré-arrendamentos assinados até ao momento. Mesmo procurando fazer uma comparação ceteris paribus, ou seja, descontando os pré-arrendamentos ocorridos no período homólogo do ano passado, a procura encontra-se 44% abaixo nesta primeira metade do ano.

A zona mais procurada foi o Parque das Nações, com uma representatividade de 23%, influenciada pela maior ocupação de 2023 até ao momento– uma empresa do setor das Utilities que ocupou 4.600 m² no Exeo Office Campus – Lumnia. Seguiu-se o Corredor Oeste, potenciado por várias transações de dimensão reduzida com uma média de 315 m², e a do CBD, onde se destaca uma ocupação de Serviços Financeiros no Miguel Bombarda 4 com 770 m². Estas zonas contaram com 19% e 15% da absorção total, respetivamente.

De acordo com a Worx, o setor das TMT’s & Utilities revelou novamente ser dos que agrega maior procura, representando 32% da área colocada. Seguiu-se o setor dos Consultores e Advogados, assim como o de Outros Serviços, que contaram com 11% do volume de absorção cada.

Bernardo Zammit e Vasconcelos, Head of Agency da Worx, sublinha que «a Worx teve uma quota de 30% do volume de absorção transacionado até à data, intervindo e mediando 11.000 m². O fluxo de procura mantém-se estável, com empresas nacionais e internacionais a procurar novos espaços de trabalho, o fecho dos negócios é que tem sido mais demorado pelo que o take-up dificilmente chegará à média dos últimos 5 anos de 190.000 m² . O setor das tecnológicas é o que revela um maior abrandamento na tomada de decisões, cujo impacto deverá repercutir-se no takeup dos próximos meses, o que nos leva também a procurar outro tenant mix para ocupação dos espaços em comercialização».