Bem-estar, produtividade e talento são os ‘triggers’ da mudança nas empresas

Bem-estar, produtividade e talento são os ‘triggers’ da mudança nas empresas

Segundo o Estudo de Migração de Empresas agora divulgado pela consultora, que partiu da análise de 479 operações registadas entre 2017 e 2018 (229 em 2018), com base nos dados do LPI, a expansão geográfica foi o maior motivo de expansão das empresas no ano passado, motivando 81 colocações de empresas. A otimização de custos já é o motivo que representa menos expressão, representando uma descida de 42% face ao ano anterior.

Seguem-se as empresas em início de atividade, que representaram 47 operações no ano passado, e a restruturação interna das organizações. Mas todas estas mudanças têm em comum a busca por melhorar as condições de trabalho: «acima de tudo, as empresas querem melhorar o bem-estar nas empresas, a retenção de talento e o aumento da produtividade», segundo Alexandra Gomes, Head of Research da Savills. «Otimizar, crescer, motivar, mudar, é o que procuram».

Este relatório evidencia que a maior parte das empresas saíram da zona 1 e da zona 6 em 2018, com um maior aumento das operações da zona 6. A zona 6 é aquela onde as empresas mantêm maior lealdade geográfica, concentrando 37% das empresas que mudaram de instalações, já que o Corredor Oeste é capaz de oferecer, atualmente, escritórios de maior dimensão, respondendo melhor às expansões. Segue-se a zona 4, com 33%, e a zona 1, com 30%.

De notar ainda que 27% das empresas mudaram de escritórios ocupando a mesma área, outros 27% aumentaram o espaço e 45% escolheu uma área que considera melhor.

A maior parte das empresas em mudança são do setor Serviços a Empresas e TMT’s & Utilities, que representaram mais de 50% da ABL do ano.  Dominam as empresas de tecnologias e telecomunicações.

A responsável da Savills alerta que o take up de escritórios em Lisboa tem vindo a recuperar nos últimos anos, especialmente depois da crise, mas «tende a abrandar por falta de oferta e não por falta de procura», já que os novos edifícios entram muitas vezes no mercado 100% ocupados.

 

Rendas sobem a par do interesse por Lisboa

Num contexto de maior procura pela capital portuguesa, sobretudo por empresas estrangeiras, Rodrigo Canas, Offices Associate Director da Savills, destacou na apresentação do estudo que «as rendas vão continuar a crescer nos próximos anos» e que se vão registar mais renegociações. «se as empresas conseguirem aumentar a produtividade, podem estar dispostas a pagar mais pela renda». Além disso, «vamos ter mais postos de trabalho por cada metro quadrado ocupado», numa ocupação «mais eficiente».

«O estilo de ocupação vai mudar, já que muitos postos de trabalho podem estar desocupados ao longo do dia». E se o coworking não é resposta para qualquer empresa, quer seja pela sua área de trabalho quer pela sua dimensão ou fase de crescimento, escritórios convencionais poderão incorporar também áreas deste género para colaboradores internos ou externos. É um novo modelo que começa a ser pensado, numa altura em que «a flexibilidade de usos é chave» no setor, comenta Nuno Esteves, Associate Analyst da consultora.