Há 170.000 m2 de novos escritórios no Porto e «não chegam para a procura»

Há 170.000 m2 de novos escritórios no Porto e «não chegam para a procura»

 

A acompanhar o crescimento da procura por parte de novas empresas, os promotores e investidores apostam hoje, em grande escala, no desenvolvimento de novos edifícios de escritórios na área do Grande Porto. Ao Urbo Business Center, recém-inaugurado, somam-se mais 10 projetos de escritórios que vão trazer ao mercado mais de 170.000 m2 de nova oferta. Contudo, «não chegam para a procura», reconheceram Graça Ribeiro da Cunha, responsável da Predibisa, e Duarte Corrêa d’Oliveira, da Cushman & Wakefield, durante a apresentação da 2ª edição do estudo “Mercado de Escritórios do Porto”, esta quarta-feira, dia 23, no Porto. «Do total de 170.000 m2, que é efetivamente um aumento de oferta muito expressivo, quase metade já está parcial ou totalmente ocupada», referiu Graça Ribeiro da Cunha.

 

Escritórios do Grande Porto com taxa de desocupação de 7,3%

 

Entre janeiro de dezembro de 2018 registou-se «um valor recorde de procura de escritórios no Grande Porto», comentou Eric van Leuven, director-geral da Cushman & Wakefield. De acordo com o estudo apresentado, no ano passado foram identificados mais de 50 negócios de ocupação que totalizaram cerca de 80.000 m2.

Em dezembro de 2018, a taxa de desocupação de escritórios no Grande Porto encontrava-se nos 7,3% representando «uma descida muito significativa face a 2017, na ordem dos 450 pontos base». As zonas Porto-ZEP e Matosinhos apresentaram as taxas mais reduzidas, ambas nos 5,6%. E a zona Porto-Oriental a taxa de desocupação mais elevada, com 10,7%. A zona prime do mercado, a Boavista, tem também um valor abaixo da média do Grande Porto, 6,4%.

 

Escassez de oferta e requisitos de qualidade impulsionam subida do valor das rendas

 

Além do desequilíbrio entre a oferta e procura, os requisitos de alta qualidade dos ocupantes têm feito subir os valores das rendas praticadas. O Central Business District do Grande Porto, zona prime da Boavista, está, atualmente, nos 18€/m2 por mês. As rendas médias nesta zona situam-se nos 14€/m2 por mês. Na Baixa, a zona prime pratica uma renda na ordem dos 17€/m2 e as rendas médias não vão além dos 12€/m2.  

Presente na ocasião, o vereador do Pelouro da Economia, Turismo e Comércio da Câmara Municipal do Porto, Ricardo Valente, garantiu que, apesar de a tendência atual ser de subida das rendas, «as empresas não colocam a hipótese de ir embora e pelo contrário continuam a considerar os preços praticados no Porto como dos mais competitivos da Europa». «A subida de preços é um comportamento normal e a questão que devemos colocar, para perceber se atingiu o seu valor máximo, é apenas ‘este valor já reflete o valor intrínseco da cidade?’. Para já a resposta a esta pergunta é não».

 

Mais empresas e trabalhadores relembram que há pouca habitação

 

A questão habitacional não passa despercebida à Câmara do Porto que «vai criar um programa de arrendamento acessível. Estamos a trabalhar num programa de apoio os investidores privados na promoção de habitação para arrendamento acessível». Contudo, «a Câmara não irá apresentar este programa antes de estar definido o Programa de Rendas Acessíveis do Governo», ressalvou Ricardo Valente.

 

A 2.ª edição do estudo ‘Mercado de Escritórios do Porto’ é uma publicação da Cushman & Wakefield e da Predibisa, com o apoio da Câmara Municipal do Porto.

 

Foto: Office Park