Take-up de escritórios diverge na Europa no 1º trimestre

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As taxas de disponibilidade na Europa aumentaram em média 50 pontos base durante os últimos doze meses.

O mais recente estudo da Savills constata que os valores de take-up de escritórios, relativos ao primeiro trimestre, começaram a divergir significativamente na Europa.

As cidades de Oslo, Praga e Madrid registaram, respectivamente, aumentos 50%, 19% e 5% em relação à média dos últimos cinco anos, a passo que Dublin, Budapeste e Lisboa registaram, respetivamente, quedas de 62%, 57% e 55%.

A Savills assinala que, apesar de o mercado de escritórios de Lisboa ter registado, no ano transato, um volume de absorção total recorde de 272,000 metros quadrados, o mercado enfrenta agora o desafio, conforme se verifica noutros mercados, de não ter stock de qualidade suficiente para os tenants.

As taxas de disponibilidade na Europa aumentaram em média 50 pontos base, de 7,1% para 7,6%, durante os últimos doze meses, uma vez que alguns tenants optam por adiar a assinatura de novos contratos de arrendamento. Ao analisar a repartição do espaço desocupado numa amostra de mercados europeus, a consultora constata que o nível médio de espaço disponível para subarrendamento permaneceu estável entre o primeiro trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2023 com um valor de 1.2% do stock total.

Christina Sigliano, Head of Global Occupier Solutions da Savills, refere que «a ênfase sempre presente dos tenants em espaços de maior qualidade em localizações CBD de primeira linha e a falta de oferta de stock adequado, estão a impulsionar os valores de arrendamento dos escritórios de primeira linha na Europa, que aumentaram 6,3% nos últimos 12 meses. Esta situação é particularmente evidente em mercados como Colónia, Duesseldorf, Amesterdão, Munique e Praga, onde os valores de arrendamento de primeira linha aumentaram entre 13% e 29%.».

O responsável acrescenta ainda que «esperamos assistir a uma maior divisão entre arrendamentos prime e não-prime, uma vez que os tenants optam por escritórios mais modernos com classificações EPC adequadas, estas mais difíceis de cumprir em edifícios de qualidade mais baixa».

"Lisboa denota uma clara diferenciação e preferência dos tenants por edifícios de qualidade e sustentáveis"

Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal, sublinha que «à semelhança das realidades de outros mercados europeus, Lisboa denota uma clara diferenciação e preferência dos tenants por edifícios de qualidade e sustentáveis. Este tem sido um requisito maioritariamente apresentado por empresas internacionais, devido à sua maior capacidade financeira que lhes permite fazer face aos custos inerentes a este tipo de ativos. Os edifícios sustentáveis deixaram de ser apenas uma opção, sendo hoje uma regra que se reflete consequentemente nos valores de renda praticados»