APEMIP: OE19 “ignora e penaliza a habitação”

APEMIP: OE19 “ignora e penaliza a habitação”

 

Perante as «dificuldades habitacionais que os jovens e famílias portuguesas enfrentam para conseguir comprar ou arrendar casa», no rescaldo da aprovação do OE para 2019 a APEMIP «manifesta a sua insatisfação e preocupação face ao futuro dos cidadãos nacionais, que se encontram cada vez mais no limbo do “nem-nem”: nem têm condições para comprar, nem têm condições para arrendar».

Luís Lima, presidente da associação, acredita que «vai passar mais um ano sem que nenhuma medida seja tomada para dinamizar o mercado de arrendamento e promover a habitação acessível. E não tenhamos dúvidas de uma coisa: daqui a um ano, os problemas habitacionais serão mais graves do que são agora».

«Se o Estado pensa que o mercado, por si só, poderá sanar as necessidades dos cidadãos nacionais, está muito enganado. É inacreditável que continue a existir esta inação. O mercado tem um problema, que está a deixar de ser só em Lisboa e no Porto e é preciso agir do lado da oferta, ou seja, promovendo incentivos para que haja uma renovação de stock imobiliário, tanto no arrendamento como no mercado de compra e venda, e assim uma harmonização dos preços praticados». 

Para o responsável, «as medidas que vemos até agora, como o aumento do AIMI, só vêm penalizar a procura, em vez de reconhecer a sua importância na criação de riqueza e de valor», diz o Presidente da APEMIP.

«Esta inércia a que assistimos terá consequências e serão gravosas, e quem a promove terá que ser responsabilizado. Mais uma vez, o Estado enterra a cabeça na areia à espera que o problema passe, mas não vai passar. Bem pelo contrário, vai agravar-se. Se as soluções finalmente aparecerem, se é que irão aparecer, poderá ser já muito tarde», conclui ainda.