Mais de 21.000 registos de alojamento local foram feitos no espaço de 1 ano

Mais de 21.000 registos de alojamento local foram feitos no espaço de 1 ano

De acordo com uma fonte do Ministério das Finanças em declarações ao Negócios, «é possível afirmar que a grande maioria destes mais de 21 mil registos representa formalizações de atividade e não o aparecimento de novos alojamentos locais».

O maior número de alojamentos surgiu no Algarve, dando entrada no Estado 11.277 processos desta zona, seguida de Lisboa, com 4.401, e do Porto, com 1.537.

Segundo o I, antes da entrada em vigor da nova lei, e segundo a ALEP, estavam registados perto de 10.000 estabelecimentos. Atualmente, do total de alojamentos registados, cerca de 12.000 pertencem a titulares, e mais de 90% tem 1 a 2 propriedades. 

Neste momento, quem atua no mercado paralelo pode ser sujeito a uma multa até 3.500 euros, no caso dos particulares, e até 37.500 euros, no caso de empresas, por cada apartamento gerido não registado. 

Crise deu empurrão forte

De acordo com o Expresso, por detrás do fenómeno estará a crise, que motivou muitas pessoas a abrir as portas de suas casas a turistas para compensar as perdas no orçamento familiar, sustenta Nathan Blecharczyk, cofundador desta empresa em declarações à mesma fonte.

Explica que «o Airbnb foi fundado e descolou durante a recessão [em 2008]. Muitos dos nossos utilizadores iniciais tinham sido despedidos e puderam assim manter as suas casas. Foi nas economias mais atingidas na Europa [como Portugal e Espanha] que tivemos o nosso maior crescimento na base de anfitriões».

Para a Associação do Alojamento Local em Portugal, recentemente constituída, «parece difícil acreditar mas Portugal foi o país que fez o enquadramento mais abrangente. No essencial, conseguiu o seu objetivo: atrair os operadores para a legalidade e criar um quadro de estabilidade legal e concorrência», diz o presidente Eduardo Miranda, que admite que «existem arestas a limar», nomeadamente a legalização de várias unidades em atividade.

Este responsável diz ainda ao Expresso que «somos os primeiros a defender a legalização e uma concorrência leal, pois os alojamentos legalizados são também os mais penalizados com a ilegalidade, mas preferimos procurar primeiro ajudar os colegas que ainda não deram esse passo do que sair numa caça às bruxas».

No entanto, a hotelaria ainda não convive pacificamente com este novo tipo de alojamento. Para Luís Veiga, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, a nova lei, em vigor há 1 ano, é uma «afronta à hotelaria», já que o novo diploma «não defende os interesses do turista», nem do residente, que «se vê confrontado com uma sobrecarga inesperada na zona onde vive», ou das autarquias, «que ficam com a batata quente nas mãos».

Maioria dos que alugam na Airbnb a nível global ganham mais de €70.000/ano

Um estudo recente realizado pela Morgan Stanley revela que 66% dos utilizadores da plataforma Airbnb, que aluga alojamento temporário em todo o mundo, ganha mais de 70.000 euros por ano.

Mais de metade dos clientes do Airbnb viajam em lazer e eram utilizadores habituais dos “bed and breakfast” ou que optavam por ficar em casa de amigos e familiares nas férias. Quem viaja em trabalho continua a preferir os hotéis. 

Portugal é um dos mercados com mais propriedades registadas no Airbnb, na 11ª posição entre 191 países, com Lisboa em 14º lugar entre as cidades.