Lisboa ganhou 13.700 milhões de euros com o turismo

Lisboa ganhou 13.700 milhões de euros com o turismo

 

Os números foram hoje divulgados pela Associação de Turismo de Lisboa, e dizem respeito ao estudo “O impacto macroeconómico do Turismo na região de Lisboa”, encomendado à Deloitte. Mostram que, em três anos, o turismo duplicou o seu peso no PIB da região, passando de 10,8% em 2014 para 19,7% em 2017. Já representa também 14,3% dos postos de trabalho dos 18 municípios que integram a ATL.

Vítor Costa, diretor geral da ATL, comenta que o impacto de quase 20% no PIB é «um número bastante expressivo e que tem crescido nos últimos anos e que reflete a grande importância que tem esta atividade no conjunto da economia da região», cita a TSF.

O aumento das receitas foi generalizado, nomeadamente no comércio, num ano em que o número de hóspedes aumentou 15,5% (entre 2015 e 2017) para 9,7 milhões. A maioria dos turistas estrangeiros eram provenientes do Brasil, França, Espanha, EUA, Alemanha, Reino Unido e Itália, que gastaram uma média de 161,1 euros por dia e dormiram 2,3 noites na AML.

Uma das ideias defendidas pela ATL, além do alargamento dos pontos de interesse turístico ou as melhorias nos transportes públicos, é a importância da taxa de retorno, pois apenas 10,5% dos turistas já visitou Lisboa mais do que uma vez: «Há um grau de satisfação bastante significativo; apesar de ter havido um aumento do número de pessoas a frequentar o destino, a satisfação é muito alta e, portanto, a repetição vai acontecer e é uma das estratégias que nós temos para procurar que haja uma utilização mais intensa do resto da região», explica o responsável.

 

Lisboa aproxima-se da concorrência

Em 2017, o preço por quarto disponível atingiu em 2017 os 77,7 euros, acima dos 59,6 euros de 2015.

«Estamos muito acima da média nacional, muito acima de qualquer outro destino português, mas também aproximamo-nos bastante da nossa concorrência internacional e isso foi feito num contexto curioso, em que houve um aumento da oferta hoteleira, cerca de mais 1.750 quartos neste dois anos (2016 e 2017) e ao mesmo tempo com um aumento exponencial do alojamento local. Havendo mais oferta, mesmo assim, conseguiu-se melhorar a rendibilidade da oferta instalada», explica Vítor Costa.

 

Turismo de negócios pode ser uma das próximas apostas

A ATL destaca neste relatório que a solução de alguns problemas da região pode levar a um novo ciclo de crescimento, numa altura em que se espera que o crescimento do turismo abrande. É exemplo disso a criação do novo aeroporto do Montijo.

A aposta no turismo de negócios pode ser uma dessas soluções para manter o crescimento. Trata-se de um segmento necessário e estratégico, considera Vítor Costa, capaz de captar mais receitas. Mas, para tal, «precisamos de uma nova estrutura para podermos captar os grandes congressos e os grandes eventos».