Build-to-Rent é uma opção em análise em Portugal

Build-to-Rent é uma opção em análise em Portugal

Há vontade para investir em build-to-rent em território português. O que parece não haver é clareza nos processos. Questionado sobre os incentivos do Governo nesta matéria, Fernando Vasco Costa, Managing Director na Nexity Portugal, diz ainda não ter tirado conclusões, até porque considera que o «caminho não é claro» e explica que «o IMI adicional não ajuda e o IVA a 6% para as habitações acessíveis não é claro, não é direto. Há muitos passos a seguir para ter o IVA a 6%».

É por este motivo que Nexity Portugal está hoje apenas a analisar operações de investimento deste tipo em Portugal, já que é um modelo que «na França funciona muito bem, onde vendemos 50% das casas a investidores para arrendar. Em Lisboa, estamos a estudar essa possibilidade, tendo em conta os riscos e incentivos», revela no Lisbon RE Investment Talks iniciativa que decorreu na passada terça-feira, dia 27 de outubro, na plataforma digital RealX Global.

Também Cristóbal de Castro, Managing Director na Albatross Capital, assume que para o empreendimento que está a desenvolver nas Antas, no Porto - que irá colocar no mercado 1.000 habitações -, «estamos a analisar esta opção [de colocar residências no mercado de arrendamento] e estamos a considerá-la fortemente». O problema é que «em Portugal por vezes é difícil chegar a intervenientes alternativos», mas reconhece que «esta é uma estratégia que pode funcionar muito bem».

Pode funcionar bem, porque na verdade há uma elevada procura por este tipo de ativos. «Acreditamos que há procura para o mercado de arrendamento. Há espaço em Portugal para fazer isso [build-to-rent]», assume Luís Gamboa, COO na VIC Properties, que exemplifica ainda que «os Millennials não querem comprar». É tendo em conta este fator que VIC Properties decidiu colocar no mercado de arredamento um dos edifícios do seu empreendimento Prata Riverside Village, em Lisboa. «Na Alemanha, temos 60 mil apartamentos arrendados, pelo que é algo que podemos olhar para Portugal. É algo que podemos fazer no futuro», acredita Luís Gamboa.