Cresce o investimento em centros financeiros secundários na Europa

Cresce o investimento em centros financeiros secundários na Europa

Praga (+124%), Varsóvia (+119%), Estocolmo (+46%), Berlim (+37%), Dublin (26%), Atenas (53%) e Milão (+16%) são exemplo desse aumento do interesse por parte dos investidores. É o que revela o mais recente relatório da Savills agora divulgado.

Neste período, embora as yields prime dos escritórios tenham estabilizado em 58% dos mercados, estas mantém-se nos 4% ou menos, com a exceção de Lisboa (4.25%), Varsóvia (4.5%), Manchester (4.75%), Atenas (6.25%) e Bucareste (7.15%).

Ainda no mercado empresarial, destaque para a compressão das rentabilidades logísticas nos mercados europeus, numa média de -47 pontos base em comparação com o período homólogo do ano passado.

Eri Mitsostergiou, Diretor do Departamento de European Research da Savills, refere em comunicado que «no contexto do decréscimo do volume de investimento por toda a Europa, observamos um número de novas cidades a superar os tradicionais hotspots em todos os mercados». Considera que «será fascinante observar como os setores de retalho e logística irão atuar perante o aumento da procura, devido à subida exponencial do e-commerce que reflete uma maior procura por espaços de armazém».

Já Marcus Lemli, Head of Investment da Europa da Savills, nota que «os investidores começaram a centrar mais as suas atenções em mercados secundários nos quais se verifica uma rentabilidade mais atrativa. Esperamos ver esta tendência crescer à medida que avançamos para o segundo semestre».

 

“Há margem de crescimento” em Portugal

No que toca a Portugal, Nuno Esteves, Senior Analyst do Departamento de Investimento da Savills Portugal, comenta que «a qualidade de vida que Portugal proporciona e que tão eloquentemente tem vindo a ser comunicada nos media, potencia a sua capacidade de reter talento. Desta forma, há uma forte procura residencial de pessoas provenientes do estrangeiro, bem como de empresas que também acompanham a tendência alavancada pelas condições socioeconómicas do país. Os investidores identificam claramente esta dinâmica e mantêm o seu apetite por ativos desta natureza».

O responsável garante que «há margem de crescimento quer nas rendas, quer no take-up líquido e bruto, solidificando a posição portuguesa no mercado de escritórios num contexto europeu. A limitação de ativos disponíveis para operações de investimento em todos os setores aliada à elevada liquidez, cria um paradoxo que se traduz numa grande vontade para investir e poucas opções disponíveis em zonas mais consolidadas, abrindo oportunidades em setores ou localizações alternativas».

Por outro lado, «as yields não podem comprimir para sempre e a valorização dos ativos terá que ocorrer por outras vias. O time-to-market e a gestão do risco do licenciamento são preocupações cada vez mais latentes», conclui.