Investimento em promoção e reabilitação já supera os €750M

Investimento em promoção e reabilitação já supera os €750M

Os números são divulgados no último estudo da Cushman & Wakefield, que identificou um total de 35 negócios deste género nas duas cidades. Mostra que é o setor residencial o grande impulsionador do mercado, o que tem contribuído para a subida dos preços de transação de prédios para reabilitar nas duas cidades.

Em Lisboa, a habitação diz respeito a 67% da área de construção licenciada, e a 61% da área atualmente em licenciamento. No Porto, o segmento representa 67% da área de construção licenciada e 55% da área em licenciamento no período em análise.

Prédios ficam até 27% mais caros

De acordo com a consultora, consequência desta dinâmica, os valores médios de transação de prédios urbanos na cidade de Lisboa subiram 27% até julho nos imóveis superiores a 500 m² e 18% nos de dimensão inferior. No segundo trimestre do ano, o preço por metro quadrado situou-se entre os 2.760 e os 3.320 euros, respetivamente, de acordo com os dados do SIR da Confidencial Imobiliário.

Já no Porto, na zona da Baixa, os imóveis com mais de 500 m² registaram um preço de 2.756 euros/m² e o Centro Histórico valores de 1.735 euros/m².

 

Mais investimentos fora do centro

Predomina ainda no mercado a atividade da reabilitação urbana, principalmente nos centros das cidades, mas o estudo da C&W revela que a maior abrangência geográfica da procura leva a que os promotores escolham zonas mais periféricas para os seus investimentos.

Ana Gomes, diretora de Promoção e Reabilitação Urbana na C&W, explica que «a procura de oportunidades de reabilitação urbana e de promoção nova em Lisboa e no Porto nunca foi tão alta e esta tendência deverá manter-se em 2020. Contudo, esta procura é cada vez mais direcionada para localizações menos centrais onde o investimento foi menor nos últimos três anos. Em Lisboa, por exemplo, é particularmente visível o maior interesse de investidores nos eixos ribeirinhos de Santos/Alcântara e Marvila bem como no eixo central Saldanha/Campo Grande, em detrimento dos bairros históricos da Graça, Alfama, Baixa e Chiado».

Por outro lado, «também as zonas de expansão da cidade têm vindo a ser alvo de forte interesse, com especial destaque para a Alta de Lisboa, que nos próximos anos irá contribuir para um aumento muito considerável da oferta de produto residencial na cidade».

No entanto, a subida dos custos da construção e a incerteza do tempo necessário para obter licenciamento têm vindo a impactar negativamente o mercado da reabilitação e da promoção imobiliária, apesar de se manter elevado o número de projetos em aprovação.