«Investir em ativos com bom retorno será a chave para reativar a economia»

«Investir em ativos com bom retorno será a chave para reativar a economia»

A responsável acredita que «estes investimentos fornecem uma boa segurança no médio e longo prazo». Mas para garanti-la «é preciso minimizar o impacto das rendas suspensas neste momento em que há diferentes tipos de moratórias de rendas, em especial, nos segmentos residencial, retalho e escritórios», sublinha na rubrica Iberian Property Investment Talks.

Mas há outras variáveis na equação que ditará o futuro do setor. «A evolução dos preços e a velocidade da recuperação irá depender do equilíbrio entre a nova oferta no mercado e das novas necessidades da procura», sublinha Sandra Daza, que assume ainda que, num futuro próximo, «haverá variações nos novos critérios da procura relacionada com os espaços, localizações, questões profissionais como trabalhar a partir de casa».

Serão vários os players que deverão procurar investir no mercado ibérico nos próximos meses. «Os fundos de investimento e os REITS deverão ter um papel significativo na recuperação do mercado imobiliário», acredita a General Manager da Gesvalt, que revela ainda que «os investidores mais ativos serão aqueles que relançaram a indústria do imobiliário entre 2017 e 2018 e que agora vendo oportunidades a aumentar querem retomar ao mercado». Por outro lado, «também devemos considerar o potencial de investidores com perfil core e core plus e também dos investidores privados, que nos meses recentes tem mostrado interesse no formato de arredamento».

 

«Estamos confiantes de que a recuperação será rápida»

Embora seja ainda «muito cedo para especificar ou estimar» quanto tempo será necessário para o mercado voltar aos valores registados no final de 2019, «na Gesvalt estamos confiantes de que a recuperação será rápida e, portanto, vamos chegar brevemente ao ponto em que estávamos», avança a responsável.

Mas esta recuperação não será igual para todos os setores, alerta. Segundo Sandra Daza, o segmento de escritórios, a logística e o residencial vão alcançar a recuperação em apenas alguns trimestres. Já no retalho a situação poderá ser «critica e poderá demorar muito tempo a recuperar».

A indústria hoteleira também está «numa situação muito complicada, já que está a ser muito mais afetada pela crise sanitária. E, por isso, esperamos que este segmento demore entre um ou dois anos a recuperar à normalidade», revela. Esta indústria precisa, aliás, de «medidas urgentes» para enfrentar os próximos meses. «Até agora não temos visto medidas concretas para o setor, para tentar diminuir os danos. Esperamos que os Governos implementem o mais rápido possível todas as medidas necessárias para salvar a indústria do turismo com tanta relevância para os nossos países. O turismo é um setor chave tanto para Portugal como para Espanha», ressalva a Sandra Daza na ocasião.

Por outro lado, a situação dos ativos alternativos é «completamente diferente». Este tipo de ativos «sofreram muito com esta pandemia, mas a sua recuperação será mais rápida, e talvez tenha apenas um leve impacto nos retornos» no balanço final, explica.

 

Avaliação de ativos é uma questão “muito difícil”

Sobre a avaliação de ativos, Sandra Daza confessa que esta é uma questão «muito difícil». «Nós temos 16 escritórios, mais de 400 avaliadores em Portugal e Espanha. Face a esta situação macroeconómica, temos de esperar para ver qual é a direção da restruturação que terá impacto nos valores, nas yields e nos retornos. A situação continua ainda em suspenso», explica.

Mas, segundo a responsável, a empresa especializada em Consultoria e Avaliação imobiliária já está a tomar medidas. «Na Gesvalt permanecemos prudentes e analisamos as guidelines dos reguladores da indústria», como é o caso do Banco de Espanha que tem sugerido várias mudanças nos critérios das avaliações devido à situação atual.

Entre os vários aspetos a ter em conta nos relatórios das avaliações está a urgência de cada caso, a segurança e proteção, a revisão dos indicadores de mercado, a análise ao risco e os ratings do imobiliário. «Estamos a trabalhar muito perto dos nossos clientes para compreender as suas situações atuais para assim poder fornecer avaliações mais precisas», revela.

Sobre o futuro, «temos de esperar para ver a evolução da situação e o seu impacto. Tudo vai depender do tempo necessário para voltar à ‘normalidade’». Mas de qualquer forma Sandra Daza reforça que «o nosso mercado é muito interessante do ponto de vista de investimento e continuará a ser um bom mercado para investir. Esperamos ter muitos investidores nos próximos anos».