Retorno do investimento imobiliário em terreno negativo em 2020

Apresentando esta quarta-feira, este resultado coloca em evidência os efeitos da pandemia no setor e, em especial a forma como penalizou o retalho; que representa mais de 56% da amostra analisada pela MSCI no mercado imobiliário português. Comparando com 7.8% gerados no ano antes, em 2020, o desempenho do Índice foi fortemente penalizado pela componente de valorização de capital, que evoluiu negativamente, “puxando” para baixo os resultados, em -4.2%; numa relação contrabalançada pela componente de retorno das rendas, com um contributo positivo de 4.1%. «Passados seis anos desse a última vez, o Índice voltou a registar uma valorização negativa dos ativos. Contudo, na leitura deste resultado há que ter em conta o peso dominante do retalho na amostra analisada pelo MSCI no mercado português e, dentro desta classe de ativos, da predominância dos centros comerciais que foram, como sabemos, os principais impactados pelo Covid-19 no setor imobiliário português», comentou Luís Francisco, Vice-President do MSCI para os mercados imobiliários Portugal e Espanha.Na comparação com outras classes de investimentos, no ano passado o imobiliário ficou bastante aquém quer das ações quer das obrigações, que devolveram retornos de 6.0% e 4.8%, respetivamente. «Mas, o imobiliário é essencialmente um investimento que é realizado numa perspetiva de longo prazo e, nessa ótica, os resultados do Índice mostram a sua resiliência; devolvendo um retorno anualizado de 7.4% ao longo dos últimos 21 anos, desde o início da série; superando todas as outras classes de ativos».Os resultados do Índice Imobiliário MSCI Portugal foram apurados a partir de uma amostra constituída por 5.331 imóveis de rendimento detidos pelos 33 veículos participantes, que somavam um valor de 8.700 milhões de euros a 31 de dezembro de 2020; fazendo com que este benchmark tenha uma cobertura equivalente a 33% do mercado de investimento imobiliário institucional no nosso país.Mercado residencial segue em contracorrenteOlhando para o comportamento das diferentes classes de ativos, apenas o retalho e os hotéis geraram retornos negativos aos investidores em 2020, de -3.5% e -4.7%, respetivamente. Em contrapartida, os escritórios foram os que geraram os retornos mais elevados, 6.1%, seguidos do industrial, com 5.7%, e do residencial, com 4.4%. No entanto, como sublinhou Luís Francisco, «o residencial foi o único setor a registar uma melhoria no seu desempenho face aos 3,6% gerados em 2019», com este indicador a contrair nos restantes. Com a pandemia, o retalho português registou uma quebra de -38% no seu rendimento operacional líquido, ao mesmo tempo que este indicador continuou a evoluir positivamente nos escritórios (5,2%), residencial (10,2%) e no industrial (1,5%).

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