Vila Nova de Gaia quer «fixar população e captar talento»

O Município quer uma «cidade de futuro, humanista e sustentável focada no bem-estar das pessoas e na captação de investimento», afirmou António Miguel Castro, Presidente do Conselho de Administração da Gaiurb e da Inovagaia. Orador convidado do Pequeno-Almoço do Imobiliário, organizado pela Vida Imobiliária e pelo Jornal Público, no Hotel The Lodge, em Vila Nova de Gaia, António Miguel Castro traça os objetivos do Município: «fixar população e captar talento».Vila Nova de Gaia tem efetivamente registado «um aumento da população nos últimos anos», algo que se reflete na expansão urbana, perceptível, desde logo, no aumento do número de pedidos de licenciamento que em 2018 não ultrapassava os 620 pedidos, em 2019 atingia os 799 e, em plena pandemia, em 2020, situou-se nos 760.Também os números da Confidencial Imobiliário comprovam esta dinâmica. «Após máximos em 2019 e 2020, o pipeline em Vila Nova de Gaia continua a crescer», comentou Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário. «Nos últimos anos há um evidente aumento do número de habitação em propriedade horizontal. E com uma subida do preço médio por metro quadrado que, em 2020, na construção nova, se situava nos 1935 euros».«Mercado travou, mas não caiu»Na ocasião Ricardo Guimarães referiu também que, atualmente, a nível nacional, «há um sentimento generalizado de confiança no mercado». Se «antes da pandemia havia um ritmo de valorização na ordem de 1,5% mensal», durante a crise o mercado não parou de valorizar, mas fê-lo a um ritmo menor. «O mercado travou, mas não caiu», afirmou Ricardo Guimarães.Novo ciclo traz «uma oportunidade a novas geografias»Porto e Lisboa «continuam a valorizar» ainda que «a ritmo inferior» à fase pré-pandemia. E isto, na opinião de Ricardo Guimarães parece trazer «uma oportunidade a novas geografias» que se reposicionam neste novo ciclo e que, à semelhança de Vila Nova de Gaia, ganham a preferência dos consumidores e o interesse dos promotores e investidores imobiliários.Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Iberia, reconhece que a «acessibilidade à habitação em Vila Nova de Gaia apresenta uma taxa de esforço de renda e uma taxa de esforço na compra muito competitivas», quando comparadas com outras localizações na região do grande Porto. Para Ricardo Sousa «há aqui uma grande oportunidade» até porque «45% dos portugueses pensa em mudar de casa». E isto é algo que não passa despercebido nem ao Município de Vila Nova de Gaia nem aos promotores e investidores imobiliários.Veja-se o caso do grupo Fortera que vai somando projetos em Vila Nova de Gaia, nomeadamente o Skyline, orçado em 100 milhões de euros. Elad Dror, CEO do grupo Fortera admite que «procuramos construir para o mercado local e não para o mercado turístico» e que por isso a Fortera escolheu as localizações de Vila Nova de Gaia, Espinho ou Braga. A par disso destaca que encontrou nestes Municípios «a porta aberta para o investimento».Habitat Invest prepara investimento em GaiaTambém Pedro Vicente, Administrador da Habitat Invest, reconhece que «está aberta uma oportunidade única de captação de residentes para outros destinos diferentes do Porto e de Lisboa» e que esta é «uma oportunidade única para Vila Nova de Gaia e outras cidades se posicionarem». Tanto assim é que «a Habitat Invest iniciou um processo de due diligence para um grande investimento, em residencial, em Vila Nova de Gaia», contou Pedro Vicente.A estrear um novo hotel, o cinco estrelas The Lodge, Álvaro Carvalho, Executive Board Member, Pluris (Grupo Douro Azul) reconhece o interesse que a cidade está a motivar. Com dois novos hóteis de outros grupos a nascer na zona do Cais de Gaia, Álvaro Carvalho admite que, no imediato, não estão previstos novos hotéis do grupo para aquela localização. Sublinha, contudo, que quer aqueles que já existem quer aqueles que estão em projeto «não são demais» e que «complementam-se». Neste momento, em mãos, tem a requalificação de Barca de Alva, um conjunto de moradias em Alijó e a reconversão da Linha do Tua.Banca continua a apoiar o acesso à habitaçãoDo lado banca, mantém-se a disponibilidade para apoiar o acesso ao crédito à habitação. «A resiliência do mercado e a capacidade de promoção deve-se muito ao ambiente financeiro e bancário», referiu na ocasião José Araújo, Diretor da Direção Crédito Especializado e Imobiliário do Millennium bcp, sublinhando o impacto das taxas de juro muitas baixas e a forma como a banca rapidamente se ajustou, permitindo que o acesso ao crédito à habitação continuasse durante este último ano e meio, apesar da pandemia. «A banca continua a apoiar o acesso à habitação», basta olhar para o mês de março que registou um novo recorde.

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