Century 21: crescimento sustentável depende de uma nova visão das cidades

Century 21: crescimento sustentável depende de uma nova visão das cidades

Ricardo Sousa esteve à conversa com a Vida Imobiliária, numa entrevista onde partilhou a sua visão para o mercado português em 2021. No caso da Century 21 Portugal, e depois de um 2020 que acabou por se revelar positivo para a atividade, «as expectativas para 2021 são de crescimento» pois, apesar da incerteza que continua a marcar o atual contexto, os portugueses vão continuar a aspirar uma mudança de casa, ao mesmo tempo que a onda da digitalização avança entre as empresas do setor; ajudando à concretização dos negócios. Contudo, se quisermos mesmo assegurar um crescimento sustentável do mercado residencial português a longo prazo, é hora «de abraçar uma nova visão das cidades», defende este responsável.

De olhos postos no futuro, o líder da Century 21 Portugal mostra-se otimista quanto ao rumo do mercado residencial português, num cenário em que é preciso ter em conta três dimensões distintas: «os consumidores, isto é, o nosso cliente final, os promotores e operadores e, por fim, as cidades».

Do lado dos consumidores, «uma das consequências desta situação pandémica foi uma nova perceção quanto ao valor e às necessidades daquilo que esperam de uma casa, e isso vem sustentar uma nova procura, muito dinâmica, que prevemos que continue no futuro próximo, com alterações nos comportamentos e nas escolhas dos nossos clientes; embora tendo sempre em consideração que a questão da acessibilidade, isto é, o poder de compra dos portugueses, continuará a marcar 2021 e a condicionar as suas escolhas, independentemente das suas aspirações e desejos para uma casa nova». Além disso, lembra, «não nos podemos esquecer de algo muito importante e que marca toda a dinâmica do mercado residencial: a maioria das transações imobiliárias são consequência da alteração da nossa estrutura familiar e, portanto, há um conjunto de circunstâncias da nossa vida pessoal que geram uma nova necessidade imobiliária, e isso é algo que vamos continuar a assistir em 2021, sustentando uma procura ativa liderada pelas famílias portuguesas».

Relativamente aos promotores e operadores de mercado, no entender de Ricardo Sousa «a digitalização e a inovação é, sem dúvida, o grande desafio que marcou este último ano, no qual evoluímos mais do que numa década. Trata-se de um fenómeno especialmente evidente na fileira da mediação imobiliária, onde hoje conseguimos ter um processo digital quase a 360º, cada vez mais transparentem ágil e próximo dos clientes e, claro, sempre acompanhando por um especialista local que assessora a promoção, a gestão da aquisição e a transação. Mas, a digitalização é também cada vez mais notória também ao nível da promoção imobiliária e da construção, com as empresas a adotarem as tecnologias para uma gestão mais eficaz do seu negócio. E isso é algo que veio para ficar».

Por fim, e considerando «ser inevitável a concentração urbana e um crescimento da densidade populacional na área metropolitana de Lisboa», o líder da Century 21, destaca o papel das cidades para o futuro do setor imobiliário. A seu ver, do ponto de vista estratégico, mais do que nunca «faz sentido uma visão metropolitana, ao invés de uma visão meramente municipal», ou seja, «o conceito da cidade dos 15 minutos, de que tanto se fala, deve ser prioritário». Em termos práticos, isto quer dizer que «o setor imobiliário, juntamente com as autoridades, devem trabalhar juntos para desenvolver centralidades onde quem lá vive e trabalha tem tudo à mão a uma distância de quinze minutos. No fundo, trata-se de uma economia mais circular, em que caminhando ou andando de bicicleta rapidamente conseguimos aceder a tudo – comércio e serviços – na vizinhança da nossa casa, como já se passa nos bairros de Alvalade ou Campo de Ourique, por exemplo. E, contrariando o que foi apanágio nas últimas duas décadas, creio que essa nova visão é necessária ao nível das cidades para que o mercado imobiliário possa continuar a crescer de uma forma sustentável nos próximos anos, com impacto direto no setor residencial», conclui.

Assista aqui ao vídeo da entrevista:

Saiba mais na próxima edição da Vida Imobiliária, onde poderá ficar a conhecer a versão completa desta entrevista exclusiva a Ricardo Sousa