Gestão profissional é a chave para um mercado de arrendamento mais competitivo

Em entrevista à Vida Imobiliária, o responsável diz que esta é uma aposta nova no seio da MVGM em Portugal, mas antes que vem sendo posta em prática desde a entrada da empresa no mercado português, em 2019. Ou não representasse este segmento «uma fatia substancial no negócio da MVGM» em termos globais, estando «na base da criação da empresa no seu país de origem», os Países Baixos, onde tem a seu cargo a gestão de cerca de 200.000 unidades residenciais, diretamente e por via da gestão de condomínios.Para já «em Portugal, a gestão de outros ativos imobiliários, como os centros comerciais e os ativos de escritórios ainda são os setores com maior representatividade no nosso portfólio, até porque a nossa unidade de negócio residencial só começou a funcionar em setembro do ano passado. Contudo julgamos que este cenário se vai alterar nos próximos anos», afirma Miguel Kreiseler. «Atualmente há um interesse crescente de investidores nacionais, mas sobretudo internacionais, no mercado residencial – em particular para o setor do arrendamento -, o que faz com que esta área de negócio seja cada vez mais importante para a MVGM». E, a menos de um ano desde o arranque, «o balanço é muito positivo», garante o diretor-geral, sublinhando «o início do mandato de gestão de arrendamento que conquistamos em abril deste ano, com o qual um investidor internacional confiou à MVGM a gestão de arrendamento dos seus imóveis, num investimento entre os 25 e os 30 milhões de euros ainda este ano, e que poderá chegar a um total de 200 a 300 unidades residenciais. Até ao final do ano, gostaríamos de ter 500 unidades sob nossa gestão. É um objetivo ambicioso, mas para o qual estamos a trabalhar afincadamente», garante.Atualmente, a MVGM Portugal tem sob sua responsabilidade «uma carteira crescente com cerca de 350 unidades residenciais, entre portefólios de gestão de arrendamento puro e edifícios residenciais e/ou multifunções, cujos condomínios são gerido por nós, com uma equipa de cinco pessoas alocadas à gestão de arrendamento», conta o responsável.Build to Rent e Multifamily saem fortalecidos da pandemiaA seu ver, «o mercado imobiliário português continua dinâmico e com novas tendências a surgir, como é o caso do Build to Rent e Multifamily, que beneficiarão muito de uma gestão profissional». E continua, «em Portugal, e um pouco por toda a Europa, as soluções Build to Rent e Multifamily estão a atrair cada vez mais investidores, tendo esta tendência sido particularmente impulsionada pelo impacto da pandemia. A redução do poder de compra para a aquisição de imóveis, o impacto direto das restrições de circulação no turismo e no Alojamento Local, a necessidade de garantir uma rentabilidade a longo prazo, e, ainda a possibilidade de melhorar a oferta habitacional nas cidades, são algumas das razões do crescimento desta tendência».No seu último relatório europeu sobre o impacto da COVID-19 no mercado imobiliário europeu, a MVGM deu conta de um «crescimento significativo no mercado de arrendamento, com grande pressão sob as rendas», lembra o responsável em Portugal. Por cá, cerca de 15% das casas em Lisboa e no Porto migraram para o mercado de arrendamento tradicional e, a nível nacional, registou-se um aumento de 67% no mercado, o que representou em 2020 aproximadamente 43.000 casas disponíveis para arrendar, segundo o estudo. «Esta evolução torna-se ainda mais evidente à medida que vamos assistindo à chegada de investidores internacionais a Portugal, que têm como objetivo grandes construções com a finalidade única de arrendamento», comenta Miguel Kreiseler, antecipando que «que nos próximos dois anos comecem a surgir no mercado empreendimentos novos, pensados e construídos especificamente para este mercado».Para o managing-director da MVGM Portugal, «o maior desafio será assegurar que o mercado mantém esse dinamismo, mas de forma equilibrada e sustentada, acessível para quem pretende investir e para quem quer arrendar». Para tal, considera, é fundamental um maior entendimento entre os setores público e privado; não só no sentido de criar sinergias «que permitam criar um mercado que responda à procura de habitação, e no qual existam mais casas para arrendar, com melhores condições de habitabilidade, e contratos de arrendamento mais equilibrados»; mas também no sentido de garantir um maior apoio e estabilidade fiscal e legislativo aos investidores que querem avançar com investimentos no nosso mercado. «Queremos ser uma referência neste setor»«Para que este equilíbrio e esta oferta se concretize, sentimos que os gestores podem ser o elo de ligação e contribuírem efetivamente para esta realidade», defende Miguel Kreiseler, realçando que na MVGM, «queremos continuar a ser uma referência neste setor, demonstrando que a gestão profissional poderá fazer toda a diferença no desenvolvimento e crescimento do mercado imobiliário».No caso específico do investimento arrendamento, diz, «a gestão profissional ganha ainda mais relevância e pode ser fundamental, em particular para o caso de pequenos investidores ou family offices, que não conseguem estar disponíveis para os inquilinos 24 horas por dia, sete dias por semana. Neste caso, os proprietários conseguem garantir o menor risco do seu investimento, identificar possíveis ameaças à rentabilidade do arrendamento e ultrapassar alguns dos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19, tais como as dificuldades no pagamento de renda ou a estagnação parcial das transações».Salientando ainda «o enorme apetite para este mercado por pequenos e médios investidores», que na maioria das vezes colocam os seus ativos no mercado «de forma granular e dispersa, muitas vezes só com uma estratégia oportunista», Miguel Kreiseler reconhece que esta é outra franja de mercado na mira da MVGM, cujo papel poderá passar «por ajudar estes investidores a ganharem uma visão global, beneficiarem dos nossos efeitos de escala e tornarem-se mais assertivos nas suas escolhas e opções de investimento em imobiliário residencial para arrendamento».Segundo o responsável, a gestão profissional de bens imobiliários «será cada vez mais importante em Portugal». Até porque, «a assistência profissional é uma garantia de um acompanhamento em todas fases do processo, e que todo o valor investido tem o menor risco associado. A gestão profissional assegura, por um lado, que o cliente se mantém permanentemente atualizado, acompanhando as variações de preços, custos e tendências de mercado, e por outro, que os inquilinos se sentem mais acompanhados, o que resulta em melhores índices de satisfação, menores taxas de incumprimento e uma permanência mais longa nos imóveis, o que diminui a rotação e aumenta a rentabilidade dos investidores».Arrendamento vai conquistar cada vez mais terrenoEmbora reconhecendo que «em Portugal o mercado de arrendamento ainda é pouco expressivo, quando visto à luz global do setor imobiliário», o managing-director da MVGM sublinha que «o bom desempenho destes investimentos até à data, tem justificado a evolução positiva e que está a conduzir a uma verdadeira mudança de paradigma».«O retorno a longo prazo e o facto de poder ser mais uma solução para alargar a oferta habitacional nas grandes metrópoles, são dois dos principais fatores que continuarão a tornar esta modalidade de investimento tão atrativa e que ao mesmo tempo nos permitem antecipar que esta será uma tendência em crescimento nos próximos anos». Além disso, lembra, «o mercado residencial tem mostrado forte resiliência» perante a pandemia, «que veio alterar a forma como os investidores olham para o mercado e os critérios com que analisam a viabilidade dos seus investimentos a curto, médio e longo prazo». E, é por tudo isto que «olhamos com otimismo para a evolução do mercado até ao final deste ano e acreditamos que se continuará a sentir a recuperação na venda das casas, com o segmento do arrendamento a dar segurança e potencial de retorno de longo prazo num contexto que ainda é de alguma incerteza. Acreditamos que Portugal continuará a ser um mercado atrativo e com enorme potencial de desenvolvimento e crescimento, onde o arrendamento continuará a ganhar terreno», conclui Miguel Kreiseler.

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