Lisboa e Porto mantêm-se “destinos top” para as multinacionais

Lisboa e Porto mantêm-se “destinos top” para as multinacionais

 

A conclusão é da Savills, segundo a qual, perante a falta de oferta, vários ocupantes optaram por procurar resposta às suas necessidades de ocupação através de modalidades de escritórios flexíveis, seja como forma de lidar com a falta de disponibilidade imediata, seja devido à incerteza política atual.

Rodrigo Canas, Associate Director, Offices Department da Savills Portugal, comenta que «o mercado de escritórios nacional não foge à regra do cenário expectável europeu em 2019. As cidades de Lisboa e Porto irão manter a sua posição muito favorável como destinos top para o estabelecimento de atividades de empresas multinacionais, com destaque para empresas pertencentes ao setor das TMT´s & Utilities, e em particular para as atividades de Business Shared Services».

Acredita que «a realidade da falta de oferta prime irá manter-se ao longo do ano e produzirá efeitos nas rendas praticadas, que deverão registar aumentos ao nível das rendas médias, sendo que um aumento significativo da renda prime só se fará sentir com a entrada da nova oferta prevista nos próximos dois anos. Por outro lado, será também um ano em que os proprietários de edifícios com características obsoletas, serão postos à prova e estarão em competição com outros modelos de ocupação mais atuais, como por exemplo de co-working, adaptadas às novas formas de organização e de trabalho».

Mike Barnes, Associate, European Research, da Savills afirma que «em toda a Europa, a melhoria do contexto económico criará mais postos de trabalho em ambiente de escritório e aumentará a procura de novos espaços para escritórios, particularmente instalações de elevada qualidade em boas localizações». Por outro lado, «nos países membros da União Europeia, a Área de Ciências e Tecnologia será o setor de empregos de escritórios que mais irá crescer no ano 2019. Com um aumento esperado de 1,8%, serão criados aproximadamente 280.000 empregos adicionais nos próximos doze meses, exercendo uma pressão crescente sobre as rendas, à medida que a concorrência por espaços prime se intensifica», nota o responsável.

Berlim verificou mais de 15% de crescimento médio de arrendamento prime em 2018, seguido por Oslo (10,9%) e Paris (9,7%). «Antecipamos que os escritórios de primeira linha em Milão, Frankfurt, Barcelona e Dublin, em particular, fiquem ainda mais caros para os ocupantes em 2019, com aumentos de 9,1%, 6,6%, 6,4% e 6,3%, respetivamente», explica.

Por seu turno, Eri Mitsostergiou, Director, European Research da Savills, acrescenta que «2018 foi mais um ano forte para o setor de Tecnologia, Media e Telecomunicações (TMT) em todo o mercado de escritórios europeu. O setor das TMT´s foi responsável por cerca de 17% do total de vendas de escritórios no ano passado, acima dos 15% registados no ano 2017. Um total de 69 mil milhões de euros de capital de risco de tecnologia foram investidos em toda a Europa durante 2018, o que representa um aumento de 129% em relação aos 30 mil milhões de 2017, e esperamos que esse crescimento continue em 2019».

Jeremy Bates, EMEA Head of Occupational Markets da Savills, diz que «para a maioria das empresas, o ambiente de trabalho é essencial para a atração e retenção de talentos, pelo que a competição pela ocupação dos melhores edifícios continuará em 2019. As expectativas dos arrendatários quanto a serviços, condições e flexibilidade colocarão pressão nos proprietários mais tradicionais, para que evoluam e consigam competir com os operadores de escritórios flexíveis em expansão», conclui.