Logística e multifamily são as estrelas do imobiliário português em 2021

Esta é uma das ideias-chave defendidas pela consultora esta 3ªfeira, num pequeno-almoço virtual com a imprensa que serviu para apresentar as principais conclusões do seu último Market 360º, e fazendo um balanço relativamente positivo da atividade do setor em 2020.«Apesar de provavelmente estarmos a viver a pior fase da pandemia, a existência de uma vacina traz-nos alguma luz ao fundo do túnel e a convicção que estamos agora mais perto do virar da página» da pandemia, afirmou o diretor-geral da JLL Portugal, Pedro Lancastre. Por isso, mas também porque «temos um pipeline grande de negócios em praticamente todas as áreas», o responsável diz que «estamos moderadamente confiantes para 2021» no que respeita à evolução do mercado imobiliário nacional.Ainda assim, a atividade no setor promete evoluir a vários ritmos distintos, refletindo de certa forma o impacto do Covid-19 em cada uma das esferas do imobiliário. E se no caso dos hotéis já se admita que só em 2024 se possa recuperar os níveis de atividade pré-pandemia, no caso da logística e do multifamily o efeito é quase o oposto, com estes últimos a assumir-se como as estrelas em ascensão no imobiliário nacional nos próximos meses, admitem estes especialistas.De facto, «o setor logístico foi o único a registar um movimento de compressão de yields no ano passado, o é uma evidência de que há mais procura e uma maior dinâmica do mercado», notou Head of Corporate Solutions, Maria Empis. «A atividade disparou com a pandemia», acrescentou Mariana Rosa, Head of Leasing Markets Advisory, admitindo que até aqui «este era um setor que estava um pouco como que relegado para segundo plano no mercado português e que despertava pouca atenção tanto dos promotores como dos investidores». Contudo, com a pandemia e o consequente boom das vendas online, o cenário é agora bem diferente: «há uma procura forte, sobretudo por espaços para uso de last-mile e click & collect. Este aumento da procura associado à enorme falta de espaços de qualidade teve um impacto positivo nas rendas, com registo de subidas nas várias operações que têm sido fechadas na zona de Lisboa, por exemplo», algo que não acontecia há anos.Agora, e tendo em conta que o fenómeno do e-commerce veio para ficar e para conquistar cada vez mais espaço, urge o investimento na promoção de novo stock logístico, reconhece aquela responsável. Contudo, o este cenário está já também a ser acompanhado pelos investidores, avançou Gonçalo Santos, Head of Development da JLL, dando conta que «já estamos a assistir a uma maior procura de terrenos para promoção imobiliária de produtos logísticos, e em especial para o last-mile».Vacina devolve confiança à fileira da promoçãoDando conta de algum abrandamento no investimento em ativos para reabilitação urbana e promoção imobiliária em 2020, espelhado numa quebra de 5% no volume de novos projetos licenciados; para 2021 Gonçalo Santos fala do que acredita ser «uma maior confiança na retoma do setor após o anúncio da vacina».E, após a pandemia ter colocado em evidência uma maior vulnerabilidade dos setores comerciais aos impactos imediatos da crise, o «multifamily tem vindo a conquistar cada vez mais interessados, e é já uma aposta para muitos promotores», salienta este responsável. E desengane-se quem pense que este é apenas um mercado que tem como público-alvo as franjas mais jovens da população, que habitualmente lideram a procura de student housing (residências universitárias) e nos projetos residenciais de arrendamento de longa duração. «A construção de residências vocacionadas para a chamada “silver economy”, isto é uma população sénior ou mais velha, já com um poder de compra consolidado, já está a despertar interesse em Portugal e, em especial, pelas regiões do Algarve e do Alentejo, havendo já vários projetos em estudo neste momento», revelou aquele responsável.Poderá consultar os estudos mais recentes sobre o mercado imobiliário português em Iberian Property.

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