Pandemia abranda o mercado, mas retomam as intenções de investimento

Pandemia abranda o mercado, mas retomam as intenções de investimento
O Mercure Porto Centro Aliados é um dos mais recentes projetos da FA Arquitectos. Este hotel do grupo Accor tem 83 quartos e abriu recentemente.

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Depois de anos muito dinâmicos, identifica hoje «uma desaceleração de alguns projetos que estavam em fase de arranque por parte dos investidores que trabalham connosco, mas nenhum foi abandonado, os projetos continuam em curso, com um ritmo mais calmo, nomeadamente os projetos de turismo e hotelaria», explica o responsável. «Temos vários projetos neste momento em andamento, e outros tantos com contratos suspensos, que deveriam ter começado já, mas os clientes pediram para “aguentar”». 

Mas a perspetiva de controlo da pandemia conduz também à retoma do mercado. «Curiosamente, apareceu uma quantidade interessante de novos atores internacionais no mercado (Suíça, Luxemburgo ou Israel) que procuram grandes peças, aproximam-se das grandes mediadoras, de gabinetes como o nosso, que conhecem bem o mercado, para os ajudar a avaliar oportunidades de investimento», explica Nelson Ferreira de Almeida. Estes investidores «estão já a negociar alguns projetos e alguns estão mesmo em fase final, todos eles de grande dimensão». Procuram essencialmente habitação, projetos multiusos, ativos comerciais de rendimento já em funcionamento ou aprovados, médias superfícies, residências de estudantes e, mais recentemente e «de forma insistente» residências sénior. 

O responsável está convencido de que «nos próximos seis meses haverá uma corrida de aquisições, com a perspetiva de controlo da pandemia». Até porque, diz-nos a história, «a seguir às crises importantes, há um “boom” enorme de investimento». 

Mas lamenta que «só vejo este movimento intenso por parte de investidores estrangeiros. tenho pena de não ver mais investidores portugueses com dimensão em quantidade com um papel proeminente neste movimento que começa a ganhar dimensão». 

Revitalização do Porto tem sido “uma aventura fantástica”

Para Nelson Ferreira de Almeida, «os últimos 10 anos têm sido uma aventura fantástica» no que diz respeito à transformação da Invicta. 

Recorda que «uma das maiores operações que ajudou a dinamizar a Baixa do Porto foi o Quarteirão das Cardosas. Começámos esse projeto há dez anos, e nessa altura era diferente descer as ruas Mouzinho da Silveira ou das Flores à noite. Hoje, a zona é super tranquila e segura, e isso vai-se expandindo para toda a cidade». 

Mas reconhece que este período «é curto» e que «ainda pouco foi feito na cidade, se olharmos para o município e para a área metropolitana». E acredita que «o novo PDM que está em discussão pública é fundamental, traz novidades e instrumentos que todos esperamos que sejam encorajadores para que a pressão de investimento no centro histórico seja um pouco aliviada – o que já aconteceu um pouco com a pandemia. Assim, irá alastrar a zonas menos óbvias, como a zona de Campanhã», onde considera que «vai acontecer aí algo muito importante» para a cidade. 

«Sentimos muito mais colaboração e vontade» nos licenciamentos

Questionado sobre o peso dos licenciamentos na atividade e nos projetos, Nelson Ferreira de Almeida testemunha «muito mais colaboração e vontade» hoje em dia, em comparação com o passado. 

«A legislação tem também mais abertura e é mais clara, é mais transparente do que era há 20 anos, a diferença é monumental. Além disso, a maioria dos recursos humanos (técnicos, vereadores, etc) têm tido uma postura de atendimento e colaboração que se alterou muito, normalmente não estão do lado do problema, e sim a ajudar e a colaborar», diz o responsável. 

Lembra que «nos anos 80 e 90 estávamos habituados a perder horas e semanas nos espaços das autarquias, e a esperar muito pelos projetos. Tivemos um projeto de um hotel em Vilamoura que levou cinco anos a aprovar, apesar dos consensos entre todos». Conclui que «hoje é mais fácil trabalhar do que era há 10, 15, 20 anos». 

Três distinções no Prémio Nacional de Reabilitação Urbana

A Ferreira de Almeida Arquitectos assina o projeto de arquitetura do novo Superbock Arena – Pavilhão Rosa Mota, que venceu este ano o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana na categoria de Melhor Intervenção de Impacto Social. 

Superbock Arena - Pav Rosa Mota - FA Arquitectos.jpg

Outros projetos da sua autoria vencedores do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana são o Mercado do Bom Sucesso, na categoria Melhor Intervenção Comercial & Serviços, e o Quarteirão das Cardosas, na categoria de Melhor Intervenção Residencial, ambos distinguidos em 2014. 

A FAA Arquitectos

Liderada em conjunto com Rosário Rodrigues Almeida, sócia fundadora, a Ferreira de Almeida Arquitectos foi criada em 1986 e vem atuando em Portugal e noutros países, tendo sempre como primeiro objetivo a prestação de um serviço de exceção criando através da arquitetura locais memoráveis.

Distinguem a empresa os «muitos anos de experiência e de trabalho», afirma Nelson Ferreira de Almeida. O sucesso do atelier baseia-se numa metodologia de trabalho altamente colaborativa com o cliente e a sua equipa, escutando os seus desejos e objetivos para sobre eles construir soluções criativas, inovadoras e economicamente viáveis.