Preços de oferta chegam à pandemia até 76% acima dos valores do ciclo anterior

Preços de oferta chegam à pandemia até 76% acima dos valores do ciclo anterior

Os dados do Barómetro do Mercado Residencial, um novo estudo da Prime Yield, feita em parceria com o portal CasaSapo/Infocasa, apresentado durante o SIL, mostram que o valor médio de oferta dos apartamentos em Lisboa atingiu os 4.795 euros/m² em julho, comparando em ligeira baixa com os 4.895 euros/m² registados em janeiro deste ano. O valor de janeiro deste ano fica, assim, 76% acima dos 2.787 euros/m² registados em janeiro de 2010, o ponto de partida do pré-crise anterior.

Já na Área Metropolitana, o valor médio de oferta em julho foi de 2.552 euros/m², que comparam com os 2.512 euros/m² de janeiro. O valor é 65% superior ao registado em janeiro de 2010 para a região.

Por outro lado, no Porto o valor médio de oferta dos apartamentos atingiu os 3.085 euros/m² em julho, comparando com os 3.012 euros/m² de janeiro. Na Área Metropolitana, a comparação é de 1.957 euros/m² com 1.876 euros/m². Comparando janeiro deste ano com janeiro de 2010, a diferença no valor médio de oferta é de 60% na cidade (face aos 1.873 euros/m² de há 10 anos), e de 48% (1.266 euros/m²) na Área Metropolitana.

 «A tendência dominante no primeiro ano da anterior crise, em torno de 2010, também foi de estabilidade. Depois desse período inicial e ao longo do ciclo que durou até 2013, os valores de oferta em Lisboa e Porto, em timings diferentes, acabariam por ser pressionados, mas com descidas não muito expressivas. Nas duas cidades, as descidas máximas ao longo desse período não chegaram aos 10%», explica José Velez, diretor executivo da Prime Yield.

Este responsável destaca que «até agora, e comparando os períodos iniciais pós-crise, o comportamento atual do mercado é semelhante ao de 2010, mas também é verdade que os preços têm hoje realidades completamente diferentes, pelo que, daqui para a frente, não sabemos se é possível manter este paralelismo. Associado a isso, em nenhum momento da anterior crise a nossa economia contraiu 16% como aconteceu já durante a pandemia». Antecipa que os valores de oferta possam ser alvo de revisões bem mais expressivas agora do que na crise anterior.