Palácio da Bolsa abre portas à maior Semana da Reabilitação de sempre

Palácio da Bolsa abre portas à maior Semana da Reabilitação de sempre

As palavras são de António Gil Machado, diretor da VI, uma das entidades organizadoras do evento, em parceria com a Promevi, que falava durante a abertura oficial da Semana da Reabilitação.

Na ocasião, Manuel Reis Campos, presidente da AICCOPN/CPCI, destacou na ocasião que «quando falamos hoje em reabilitação urbana o debate deverá estar centrado na procura de novas ideias, de novas questões e novas soluções. O objetivo é comum: dar à reabilitação o destaque à mesma enquanto vetor essencial do desenvolvimento do país das cidades e das nossas empresas». E lembra que o setor «deu um importante contributo para que Portugal e o Porto em particular alcançasse um posicionamento competitivo à escala global».

Para Pedro Baganha, vereador do Pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto, destacou na abertura do evento o «momento de renascimento urbano» que se vive na Invicta. «Sabemos que é uma cidade sem medo do seu futuro», cujo dinamismo é «certamente económico e imobiliário, mas também transversal». Acredita que «um dos mais relevantes fóruns é precisamente esta Semana da Reabilitação que já vai na sua sétima edição. É a melhor oportunidade para a administração da cidade chegar ao contacto simultâneo a um conjunto alargado de intervenientes no processo urbano, sensibilizando-os para as necessidades públicas, e tratando de as enquadrar em eventuais oportunidades privadas». E conclui que «o desafio é fazer perceber a todos os setores e todos os atores e intervenientes que o valor patrimonial pode e deve ser integrado na equação económica do investimento».

Nuno Botelho, Presidente da Associação Comercial do Porto, destacou que este evento «é reconhecidamente o mais relevante desta área em Portugal. Tem «impacto nacional com mérito de chamar ao debate os múltiplos interlocutores que de forma direta ou indireta estão ligados a este vasto setor da construção, da reabilitação e do imobiliário, desde steakholders, responsáveis políticos, membros associativos e instituições», numa altura em que o urbanismo e a reabilitação urbana são «fatores essenciais ao reforço da competitividade da região».

 

Habitação – vetor “essencial” da operação da reabilitação

A habitação é um dos temas centrais da agenda desta edição da Semana da Reabilitação Urbana. Manuel Reis Campos destacou na abertura que este é «um vetor essencial desta operação, ao contrário de um passado recente em que a habitação não era vista como um problema e até se dizia que havia casas a mais».

«Desde 2018 existem novas políticas de habitação e, pela primeira vez, uma Lei de Bases da habitação». Mas os efeitos práticos destas novas medidas «têm ficado abaixo das expectativas devido a questões como regras desajustadas e burocracia em excesso, incentivos insuficientes e falta de recursos financeiros». E, admitindo que o plano do novo Governo é «ambicioso», lembra que «o imobiliário, e muito especialmente o segmento de habitação, precisa de estabilidade fiscal e administrativa, de segurança jurídica».

Para Pedro Baganha, «a questão habitacional é hoje porventura o maior desafio com que as cidades ocidentais europeias se deparam. Em boa hora, a Semana da Reabilitação centrou o seu tema nesta matéria difícil, de enorme relevância, pertinência e atualidade». Destaca «falhas que urge colmatar. As prioridades da administração devem ser a regulação deste mercado. A matéria é complexa e depende da atuação de diversos níveis da administração, desde o Estado central às autarquias locais».

«No que diz respeito ao município do Porto, tenho esperança que em diversas sessões que participaremos ao longo desta semana venham a contribuir, pelo menos moralmente, para a convocação do tecido privado na resolução deste problema urbano que a todos diz respeito», disse ainda.

Nuno Botelho, por seu lado, destacou que as novas políticas habitacionais «políticas devem ser capazes de atrair mais e melhor investimento num processo que se estenda à generalidade das cidades e que não se limite aos centros históricos. Há que assegurar o fácil acesso à habitação especialmente por parte da população mais jovem e mais vulnerável que tem manifestado vontade de voltar à cidade». 

 

Organizada pela Vida Imobiliária e pela Promevi, a Semana da Reabilitação Urbana do Porto realiza-se até 15 de novembro, e conta este ano com os apoios da Câmara Municipal do Porto e da Associação Comercial do Porto. Consulte mais informações sobre o evento, incluindo a agenda e registo de participantes, aqui.