Centros comerciais “serão híbridos, unindo físico e digital”

Organizado pela Associação Portuguesa de Centros Comerciais, a conferência "APCC Summit - NextGen Retail Ecosystem" decorreu a 11 de outubro no LX Factory, em Lisboa. Representando uma oportunidade única para os profissionais do setor, a conferência debateu tendências e desafios emergentes num momento privilegiado de partilha e networking.A primeira sessão do período da tarde arrancou com a apresentação de Daniela Braga, Founder & CEO da Defined.ai, «o maior marketplace de Inteligência artificial em Portugal, uma espécie de Netflix de data», como a própria definiu. A responsável atenta à «aceleração exponencial» da inteligência artificial, alertando que «quem ainda não apanhou este comboio tem de apanhar, quer seja a desenvolver ou a usar IA».«Sou particularmente fã da combinação entre robots e avatars, nomeadamente numa loja onde se fazem testes, por exemplo, ou num armazém. Permite otimizar a distribuição. A combinação com outras aplicações e tecnologias é a grande novidade», admite Daniela Braga.Pode a Inteligência artificial auxiliar na leitura e percepção das reações numa experiência de consumidor?Para o fundador da Defined.ai, para a IA ajudar a ler e entender as reações numa experiência de consumidor, «implicaria ter câmaras em todo o lado, a um nível que não temos atualmente, de captura da frase. Acho que não, isso seria já uma distopia num mundo sem qualquer privacidade».Na segunda apresentação, ShiSh Shridhar, Global Retail Lead da Microsoft, mostrou onde podem as tecnologias auxiliar os retalhistas a serem mais competitivos. O responsável listou alguns pontos que os centros comerciais podem executar para evoluírem: «usar as grandes quantidades de dados e informação de que dispõem para melhorar a sua eficiência e engagement; usar a Web3 para aumentar o engagement do cliente, para criar experiências emersivas e inteligência geospacial; depois de recolher a informação, podem obter os insights, enriquecer essa informação, prever a procura, otimizar a força de trabalho, otimizar a energia, fazer marketing direcionado, prevenir perdas e melhorar; a Spacial Intelligence pode ajudar com a otimização dos espaços e dos percursos, por exemplo».“É difícil implementar novas tecnologias em organizações que têm os mesmos processos”No painel “tech & shop”, ShiSh Shridhar explicou que «é difícil implementar novas tecnologias em organizações que têm os mesmos processos» e que a tecnologia «não é simplesmente competitor, dá poder às pessoas para fazer o que precisam e coisas diferentes. A IA ajuda a fazer as coisas mais depressa e melhor, não substitui as pessoas e as suas capacidades».“Não estamos a competir com os centros comerciais, somos parceiros”Também presente no painel, Kai Herzberger, Group Director DACH & EMEA Commerce do Meta, sublinha que «não estamos a competir com os centros comerciais, somos parceiros, somos enablers», sendo possível «casar o metaverso com os centros comerciais». Para o responsável, «os centros comerciais poderão ser um pouco apoio logístico, mas não só».Centros comerciais serão híbridosSegundo ShiSh Shridhar, os espaços físicos «vão continuar a existir, a mixed reality vai permitir uma experiência que não é linear, mas sim uma combinação, dentro do centro comercial». Para o Global Retail Lead da Microsoft os centros comerciais «serão híbridos, de alguma forma, não serão só físicos ou só digitais», para isso, poderá ser necessário um «repensar dos edifícios, mas os espaços vão evoluir naturalmente para incluir as experiências digitais». ShiSh Shridhar completa dizendo que «as experiências sociais continuarão a ser o core das razões de ser dos centros comerciais».

CONTEÚDO EXCLUSIVO PARA ASSINANTES