Retalho em crescimento atravessa «mudanças estruturais» na Europa

Retalho em crescimento atravessa «mudanças estruturais» na Europa

 

De acordo com um estudo recente do BNP Paribas, divulgado pela Worx, estes serão os fatores mais desafiantes, numa altura em que as premissas de crescimento para a economia permanecem em patamar elevado em 2018, mesmo com uma desaceleração prevista na zona euro.

Na Zona do Euro, o BNP Paribas calcula que o comércio de retalho cresça a 1,7% em 2018 e deverá aumentar 2,1% em 2019. Nos principais mercados, e comparando com o ano 2017, espera-se um crescimento mais fraco para este ano: Alemanha + 1,2% (versus 3,0% em 2017) França + 2,8% (versus 3,0%) e o Reino Unido + 1,7% (versus 2,1%), em moeda nacional e a taxas de câmbio constantes.

No 1º semestre deste ano, o retalho representou 22% do investimento imobiliário na Europa, menos 1% que no ano passado. Contudo, os volumes de investimento no segmento de retalho permaneceram superiores à média de 10 anos. Em Portugal, o mercado de investimento imobiliário comercial nacional contabilizou um total de 1.4 mil milhões de euros no 1º semestre de 2018. O segmento de retalho registou o maior volume de investimento, num total de 800 milhões de euros. «Este irá continuar a prosperar e seguir a tendência europeia de crescimento do comércio de rua, que deverá manter os níveis de procura, em alta», pode ler-se no estudo.

Em França, o investimento imobiliário no segmento de Retalho cresceu 57%, muito devido à transação da Apple Store nos Campos Elísios. Em Espanha, os ativos de retalho ainda representam a maior parte do investimento total (42%).

Já nos principais mercados europeus, Alemanha e Reino Unido, houve um decréscimo de investimento, na ordem dos 16% e 10%, respetivamente.

Os valores de renda prime, aplicados ao segmento de comércio de luxo permanecem elevados. As artérias London’s Old Band street e a Avenue des Champs Elysées, ocupam os lugares de topo.

Mas, apesar destes resultados permanecerem em terreno positivo, a Pan European Retail alerta para os desafios do digital. Segundo o relatório, «o surgimento de grandes marcas com presença online coloca alguma pressão sobre marcas com espaços físicos e a realidade é que os clientes têm alterado os seus hábitos de consumo, pelo que esta poderá ditar uma mudança estrutural no segmento de retalho».