Vendas globais de casas de luxo recuam no 2º trimestre

Vendas globais de casas de luxo recuam no 2º trimestre

Realizaram-se 422 vendas residenciais acima dos 10 milhões de dólares, entre abril e junho, nas 12 cidades analisadas pelo Knight Frank Global Super-Prime Intelligence Report. O relatório analisou as vendas de casas no Dubai, Genebra, Hong Kong, Londres, Los Angeles, Miami, Nova Iorque, Orange County, Palm Beach, Paris, Singapura e Sydney.

Este número ficou 11% abaixo das 475 vendas registadas no primeiro trimestre deste ano e 13% abaixo das 483 efetuadas no segundo trimestre do ano transato. O segmento de luxo também não está imune ao aumento das taxas de juro a que temos assistido.

Vendas de casas de luxo continuam acima do pré-pandemia

Ainda assim, realizaram-se 1.638 vendas globais no período de 12 meses até junho deste ano, muito acima dos valores observados antes da pandemia (1.009 em 2019). Quatro mercados registaram um aumento nos volumes de vendas, um top liderado pelo Dubai (mais 79% entre o 2º trimestre de 2022 e o 2º trimestre de 2023), Sydney (mais 46%), Paris (mais 17%) e Genebra (mais 7%). As maiores quedas ao longo do ano foram observadas nos principais mercados dos EUA, liderados por Los Angeles com uma queda de 63%.

Embora nenhuma região de Portugal entre nesta lista, o mercado chamado super-prime, que inclui vendas de imóveis acima dos 10 milhões de euros, tem registado uma procura cada vez maior.

Francisco Quintela, da Quintela + Penalva, parceira da Knight Frank, explica que «o mercado com tickets acima de 10 milhões é considerado um nicho de mercado em Portugal, mas com uma procura consistente e cada vez mais apurada, nomeadamente para propriedades de exceção ou de coleção, como gostamos de lhes chamar, e em zonas como a Comporta e a Quinta do Lago, mas também em Lisboa, onde a Quinta da Marinha é um excelente exemplo de consolidação e interesse por parte de clientes internacionais».

Para Alex Koch de Gooreynd, responsável pelos mercados suíço, austríaco e português na Knight Frank, «embora o mercado super-prime português ainda esteja a dar os primeiros passos, estamos agora a assistir a um fluxo constante de transações no mercado da Quinta do Lago com preços superiores a 10 milhões de euros. Este facto é impulsionado por um número crescente de compradores que optam por passar uma maior parte do seu tempo nestas propriedades. Esta tendência de residência ‘co-primária’, observada em mercados semelhantes, juntamente com a melhoria da qualidade da construção na última década, está a contribuir para que este mercado continue a ser um destino super-prime. O Algarve tem liderado a oferta de novas construções apresentadas ao mercado em condições imaculadas, por isso, acredito firmemente que não demorará muito até que o nosso primeiro negócio ultra-prime [mercados onde tenham ocorrido pelo menos três transações superiores a 25 milhões de dólares por ano, nos últimos três anos] seja concretizado».